Windows Phone propôs uma nova abordagem aos celulares; relembre
O Windows Phone foi um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft para celulares e tablets. O SO tentou concorrer contra Android e iOS por uma fatia do mercado, mas acabou descontinuado em 2019 pela falta de sucesso comercial — de qualquer forma, ainda trazia alguns conceitos interessantes para a época.
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O sistema é lembrado negativamente pela falta de aplicativos oficiais e pelo número limitado de celulares compatíveis, mas também simbolizou uma abordagem diferente da Microsoft para o mercado de celulares, principalmente pensando em design e integração. Alguns dos conceitos, inclusive, são explorados por outras empresas até hoje.
Em comemoração aos 50 anos da Microsoft, o Canaltech relembra a história e alguns aspectos interessantes do Windows Phone:
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- Quais eram os diferenciais do sistema?
- Por que o Windows Phone deu errado?
- O que veio depois?
Quais eram os diferenciais do sistema?
O Windows Phone foi oficialmente lançado em 2010 como um sistema operacional para smartphones, promovido como uma alternativa a Android e iOS. Antes disso, a Microsoft já havia tentado entrar no mercado de dispositivos móveis com o Windows Mobile, mas não conseguia ser protagonista no mercado.
A nova aposta da Microsoft contava com uma parceria com a Nokia para distribuir o sistema nos aparelhos da fabricante finlandesa. O design da Metro UI foi um grande destaque, com o mesmo padrão visual de “mosaico” do Windows 8 para computadores.
Os celulares contavam com a organização em blocos chamados “Live Tiles”, que ainda podiam trazer informações importantes sobre cada app — de certa forma, parecidos com os widgets atuais. Além disso, os “Hubs” separavam os aplicativos por categorias, como redes sociais e jogos.

O desempenho também recebia elogios: o sistema conseguia rodar sem muitos travamentos até nos celulares com hardware mais limitado, algo que era um obstáculo em alguns modelos de Android na época.
A Microsoft também prometia uma integração sem muitos obstáculos entre outros produtos da empresa, como o Xbox 360 e os computadores com Windows. A ideia era de que uma licença de aplicativo era suficiente para rodá-lo em diferentes plataformas, desde que estivesse vinculado à mesma conta.
Por que o Windows Phone deu errado?
A Microsoft adotou uma série de estratégias que não deram o resultado esperado com o Windows Phone até parar o desenvolvimento do sistema em 2017. Em contrapartida, o Android ganhou cada vez mais popularidade para dominar o mercado no mesmo período.
O primeiro grande problema foi a falta de compatibilidade entre as versões do sistema: quem tinha o Windows Phone 7 precisou trocar de aparelho para ter o Windows Phone 8 e a mesma coisa aconteceu com a versão 10. Enquanto isso, Android e iOS ainda permitiam acessar funções básicas em modelos mais antigos.
O maior ponto negativo provavelmente foi a falta de aplicativos em relação aos concorrentes: apps como Instagram, Gmail e YouTube não tinham versões oficiais para Windows Phone, então a alternativa era buscar por opções feitas por terceiros. Além disso, muitos apps perderam suporte ao longo dos anos.

A falta de variedade de modelos no mercado também contribuiu para a bola de neve de problemas. Mesmo com opções de entrada e baixo custo, o sistema da Microsoft deixou de ser interessante para o consumidor pela falta de apps.
Ao mesmo tempo, o SO também não era muito vantajoso para desenvolvedores, que poderiam priorizar softwares para os outros sistemas com maior fatia no mercado. A aquisição da divisão de celulares da Nokia pela Microsoft também foi uma decisão ruim da empresa no período, resultando em prejuízo e demissões em massa.
O que veio depois?
A Microsoft interrompeu o desenvolvimento em 2017 e encerrou o suporte ao sistema em 2019. Mesmo sem grande adesão de usuários, o Windows Phone ainda é lembrado de forma positiva por alguns de seus aspectos.
Um dos destaques foi o design em blocos com widgets funcionais. Android e iOS apostam cada vez mais na versatilidade dos componentes que ocupam grande espaço na tela.
A integração entre dispositivos ainda é explorada: o Windows 11, de 2021, já conta com uma opção para vincular celulares Android ao PC. O recurso permite ver notificações, enviar mensagens e controlar apps com o smartphone bloqueado — a sincronização pode ser ainda maior com a presença dos computadores com chips Arm.
Portanto, o Windows Phone trouxe inovações interessantes, mas também esbarrou em decisões estratégicas que dificultaram o crescimento no mercado. Talvez, seja por isso que o CEO da Microsoft já tenha declarado que foi um erro acabar com a divisão de celulares.
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