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Volkswagen vende fábrica na China após suspeita de trabalho forçado

A Volkswagen anunciou que está deixando suas instalações na região de Xinjiang, no noroeste da China. A decisão foi tomada por motivos econômicos, mas também políticos, uma vez que a área abriga uma população muçulmana que é alvo de perseguição no país.

Recentemente, grupos de direitos humanos criticaram a VW por ser a maior multinacional que ainda mantém presença no local. Os Estados Unidos e um número crescente de países europeus inclusive têm proibido as importações de Xinjiang por causa de evidências de trabalho forçado.

VW estava sofrendo pressão internacional

Segundo a montadora, a fábrica de montagem e as pistas de teste em Urumqi agora serão transferidas para Xangai. Estes espaços empregam 175 trabalhadores que atuam na preparação final dos carros para entrega às concessionárias no oeste da China.

A Volkswagen construiu as estruturas entre 2012 e 2013 e fez questão de contratar vários uigures, grupo étnico predominantemente muçulmano que vive em Xinjiang. A partir de 2014, no entanto, a China intensificou a repressão contra esta minora e alguns programas de trabalho forçado enviaram parte da população para fábricas.

VW nega ter cometido qualquer violação dos direitos humanos (Imagem: Yau Ming Low/Shutterstock)

A VW sempre disse que não usou trabalho forçado no local. Mas uma auditoria realizada no ano passado para revisar a conformidade das instalações com os padrões internacionais de trabalho foi amplamente criticada por não proteger suficientemente os trabalhadores locais.

Em meio à pressão internacional, a montadora iniciou as negociações para deixar a região ainda em fevereiro deste ano. O Ministério das Relações Exteriores da China, que nega qualquer tipo de perseguição aos uigures, pediu publicamente à Volkswagen que não adotasse tal medida, o que não adiantou.

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Empresa está perdendo espaço para os concorrentes

Apesar do fator político, a decisão da VW também é financeira.

A fábrica em Urumqi foi projetada para fabricar carros movidos a gasolina e perdeu muito espaço com o avanço dos modelos elétricos.

Em outras palavras, a instalação estava fazendo a montadora perder dinheiro em um momento muito delicado.

No ano passado, a Volkswagen fabricou cerca de 9 milhões de veículos, bem menos do que os 14 milhões previstos na capacidade total da montadora.

Em comunicado recente, a VW afirmou que “o ambiente econômico tornou-se ainda mais difícil e novos players estão entrando na Europa”.

A empresa se refere especialmente à BYD e outras marcas chinesas que oferecem produtos mais baratos.

Ao mesmo tempo, a montadora não tem conseguido avançar como planejado no mercado chinês.

No total, a VW emprega cerca de 650 mil funcionários em todo o mundo.

No mês passado, a Volkswagen colocou sua fábrica em Bruxelas, na Bélgica, à venda.

Além disso, deve fechar outros dois espaços na Alemanha.

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