Você não viverá para ver primeira órbita completa de Plutão desde que foi descoberto; entenda
Plutão, o ex-planeta, tem história complexa que reflete a evolução de nossa compreensão do Sistema Solar. Descoberto em 1930, após décadas de buscas, ele reinou como o nono planeta por quase 76 anos antes de ser rebaixado à categoria de planeta anão.
A saga de Plutão começou com as anomalias observadas na órbita de Urano. Astrônomos do século XIX notaram que o gigante gasoso não se comportava como previsto pelas leis de Newton. A explicação? Um planeta desconhecido, além de Urano, exercia influência gravitacional. Essa hipótese levou à descoberta de Netuno.
Plutão e sua órbita
No entanto, ainda havia discrepâncias nas órbitas de Urano e Netuno;
O astrônomo Percival Lowell postulou a existência de um “Planeta X” para explicar essas anomalias;
Em 1930, Clyde Tombaugh, usando um comparador de piscada (equipamento que alternava, rapidamente, entre duas imagens da mesma parea do céu), finalmente localizou Plutão na região prevista por Lowell;
“Plutão é orbitado por cinco luas conhecidas, a maior das quais é Caronte”, explica a NASA. “Caronte tem cerca de metade do tamanho do próprio Plutão, o que o torna o maior satélite em relação ao planeta que orbita em nosso Sistema Solar. Plutão e Caronte são frequentemente chamados de ‘planeta duplo’”;
A alegria da descoberta, porém, foi breve. Com o tempo, os astrônomos identificaram outros objetos semelhantes a Plutão no Cinturão de Kuiper, região além da órbita de Netuno repleta de corpos celestes gelados. Essa descoberta desafiou a definição clássica de planeta.
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Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) estabeleceu novos critérios para a classificação de um planeta. Um dos critérios era que o objeto deveria ter “limpado sua vizinhança orbital”. Plutão, compartilhando sua órbita com outros objetos, não atendia a esse requisito. Assim, foi reclassificado como planeta anão.
A órbita de Plutão é peculiar, sendo altamente elíptica e inclinada em relação ao plano orbital dos outros planetas. “A órbita oval de Plutão, com 248 anos de duração, pode levá-lo a até 49,3 unidades astronômicas (UA) do Sol e a até 30 UA”, explica a NASA.
Como pontua o IFLScience, os dias em Plutão demoram 153 horas, mais ou menos, para acabar. Sua órbita leva 248 anos terrestres. Portanto, nem você e nem eu estaremos vivos para vê-lo completar sua primeira órbita completa após ter sido descoberto. A não ser que, até lá, consigamos aumentar significativamente nossa expectativa de vida. Afinal, os astrônomos estimam que isso ocorrerá em 23 de março de 2178.
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