Viagem na velocidade do som? Empresa quer retomar voos supersônicos
Já imaginou viajar do continente americano para o europeu em menos de 3 horas? Pois isso já aconteceu. Em 7 de fevereiro de 1996, um avião Concorde voando pela British Airlines completou a rota de Nova York a Londres em apenas 2 horas, 52 minutos e 59 segundos (praticamente um terço do tempo normal).
Ao todo, a aeronave cobriu uma distância de 6.035 quilômetros a uma média de 2.010 km/h. Levando em conta que a velocidade do som é de 1235 km/h, então, sim, já existiram voos comerciais a velocidades supersônicas.
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O dono dessa marca, porém, se aposentou há muitos anos. A despedida do Concorde ocorreu em novembro de 2003. Foram apenas 26 anos de operação e somente 20 unidades fabricadas.
Existiam dois grandes problemas em relação ao modelo. Ele era muito barulhento, por causa dos seus estrondos supersônicos, o que limitava bastante as rotas sobre cidades populosas.
O mais grave, porém, eram os custos. O Concorde queimava 5.638 galões (25.629 litros) de combustível de aviação por hora quando alcançava a velocidade de Mach 2 (quer dizer, duas vezes a velocidade do som). Naquela época, uma passagem aérea de Concorde custava aproximadamente US$ 6 mil…
Pois bem, 21 anos depois da aposentadoria dessa lenda dos ares, uma empresa pretende retomar a aviação comercial supersônica.
Um projeto ambicioso
A Boom Technology planeja repetir o feito do Concorde.
O escolhido para essa missão atende pelo nome de Overture.
A aeronave, porém, ainda não existe.
Desde o começo do ano, a companhia vem realizando testes com um jato supersônico, o XB-1, antes de dar sequência aos planos da Overture.
O XB-1 já passou por 5 testes – o último aconteceu em 7 de outubro, quando o jato alcançou uma altitude de 5.425 metros a uma velocidade de 791 km/h (Mach 0,7).
O teste durou 50 minutos no Mojave Air & Space Port, na Califórnia.
A Overture deve ser capaz de voar com uma altitude ainda maior, além de atingir uma velocidade de 2.200 km/h (quase um Mach 2).
A empresa decidiu avançar com cautela e pretende quebrar a barreira do som apenas após o décimo teste.
Sua aeronave foi projetada com redução de ruído – para minimizar os estrondos sônicos.
Além disso, ela terá um consumo de combustível menor, além de atender aos mais recentes padrões ambientais.
Isso significa que a Overture vai funcionar com combustível de aviação 100% sustentável (SAF).
Outra vantagem é que o futuro avião poderá pousar em pistas normais (o Concorde precisava de bastante espaço para conseguir frear).
Quando sai do papel?
A Boom quer começar a fabricar a Overture em 2025, com voos testes da versão definitiva agendados para 2027. Se tudo ocorrer conforme o planejado, a comercialização da aeronave deve ter início em 2029.
A Overture deve ser capaz de transportar de 64 a 80 passageiros e empresas como a United Airlines já demonstraram interesse na iniciativa.
Um ponto interessante é o cuidado com o qual a Boom vem tratando o negócio. Ainda mais depois do acidente com o Concorde no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, no ano 2000. Ao todo, 113 pessoas morreram em decorrência de uma sequência de falhas. A aeronave colidiu com alguns detritos na pista, tentou decolar, mas caiu logo na sequência.
A Boom Technology parece lidar com os voos supersônicos de forma responsável. Sem pressa. O Olhar Digital seguirá acompanhando de perto.
As informações são do New Atlas.
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