Tarifas de Trump podem aumentar custo de fabricar chips nos EUA
A administração Trump no governo dos Estados Unidos vem impondo uma série de tarifas em diferentes segmentos de importação a fim de impulsionar a indústria interna de semicondutores. Imposições mais recentes, no entanto, podem causar um constrangimento com as fabricantes que o país investiu tanto para atrair e resultar em custos mais elevados para fabricar chips nos EUA.
O governo atual do país norte-americano decidiu taxar a importação de equipamentos para fabricação de wafers (WFE – sigla em inglês), a fim de promover o uso desses equipamentos produzidos nacionalmente. Dessa forma, empresas fabricando chips nos EUA precisaram pagar de 20% a 32% de impostos em WFE importados, logo a partir de 9 de abril.
O primeiro problema aparece quando levamos em conta que existe maquinário que simplesmente não é feito nos EUA. As Applied Materials, KLA e Lam Research são baseadas no país e estão entre as maiores fornecedoras de equipamentos do mundo, mas elas não contam com WFE para fazer chips em EUV e DUV, por exemplo.
A ASML segue sem competidoras nessa área e algumas de suas máquinas vão chegar a 32% de tarifas, por serem montadas em Taiwan. Para piorar a situação, esses estão justamente entre os equipamentos mais caros que uma fabricante pode comprar atualmente. A série Twinscan EXE:5000 High-NA EUV, por exemplo, custa em torno de US$ 456 milhões.
Trocar o maquinário para escapar das tarifas pode ser complicado
Os preços elevados por maquinário que não pode ser comprado nos EUA é apenas o primeiro problema. O segundo pode aparecer na hora de efetivamente trocar os equipamentos nos casos em que for possível a substituição.
Conforme explica o Tom’s Hardware, existe todo um fluxo de produção que pode já ser baseado em WFE importados, que pode complicar e atrasar muito a capacidade fabril de uma empresa em caso de troca. Isso sem mencionar muitos casos em que algumas ferramentas foram customizadas especificamente por encomenda para um determinado processo, o que tornaria sua troca ainda mais lenta e cara para a empresa.
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Ou seja, no fim das contas é bem provável que as tarifas resultem em custos elevados de produção que, por sua vez, vão culminar em aumento de preço nos produtos finais para os consumidores.