Starlink gera preocupações globais sobre sustentabilidade espacial, diz Anatel
Em entrevista realizada na última quinta-feira (10), o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Carlos Baigorri, comentou sobre a autorização para a operação ampliada da Starlink no território brasileiro. Um dos temas mais discutidos em relação ao assunto é o de sustentabilidade espacial, já que a presença dos satélites pode provocar impactos significativos no ambiente orbital da Terra, aumentando o risco de colisões e dificultando a observação astronômica.
Baigorri ressaltou que os temas de sustentabilidade espacial e soberania nacional foram analisados internamente pela Anatel, em um processo que chegou a ter atrasos de vários meses. A Starlink foi autorizada a utilizar mais de 7 mil satélites em seu serviço para o Brasil, o que deve fornecer uma ampliação da cobertura.
Além disso, o presidente apontou que preocupações em relação a esses temas não ocorrem apenas no Brasil:
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“Essas preocupações existem, mas aparecem também em âmbito global. São problemas globais que demandam soluções globais, e a Anatel não poderá resolver na base da ‘canetada’”.

Segundo Baigorri, isso já tinha sido percebido desde o ano de 2022, quando foi apresentada uma proposta para que a União Internacional de Telecomunicações assumisse o controle da gestão de satélites como uma de suas competências administrativas. O processo ainda está em andamento, e o Brasil assumiu uma posição de liderança dentro dessa discussão, de acordo com o presidente.
Além da Starlink, outras empresas devem entrar no mercado de comunicação via satélite nos próximos anos. A Amazon deu início ao lançamento de foguetes para seu projeto Kuiper e tem previsão para iniciar os serviços no próximo semestre, enquanto a companhia chinesa Spacesail já assinou contrato com a Telebrás e pretende inaugurar a operação em 2026.
Samsung estaria disposta a democratizar comunicação via satélite
Na mesma entrevista, o Vice-Presidente Sênior da Samsung no Brasil, Gustavo Assunção, ressaltou que a empresa pretende avaliar a viabilidade de implementação da tecnologia de comunicação via satélite em toda a sua linha de celulares.
“Esse movimento depende de uma cadeia de fornecedores, e nenhum fabricante tem a escala da Samsung. Havendo o serviço disponível, e a homologação feita, será uma possibilidade”
Atualmente, a linha Galaxy S25 é a única da empresa a trazer suporte para comunicação via satélite, embora seja um recurso pouco divulgado pela marca. O serviço serve para enviar mensagens quando não há uma rede móvel, SMS ou Wi-Fi disponível, e por isso pode ser bastante útil em emergências, por exemplo.
O jornalista viajou a Brasília a convite da Samsung.
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