Spray nasal contra Alzheimer: estudo faz avanço no tratamento
O Olhar Digital já mostrou o novo método promissor de combate ao Alzheimer. O spray nasal tem sido foco de diversos estudos. Agora, pesquisadores descobriram que utilizar o tratamento para atingir um alvo específico por trás da doença pode ajudar a reduzir o declínio cognitivo e o dano cerebral.
O experimento conduzido pela Università Cattolica e pela Fondazione Policlinico Universitario A. Gemelli IRCCS foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Um novo alvo para combater o Alzheimer
Durante autópsias, pesquisadores descobriram uma quantidade excessiva de uma enzima chamada S-aciltransferase no cérebro de pessoas com Alzheimer. Essa enzima é responsável por uma reação bioquímica chamada “S-palmitoilação”, que altera proteínas como a beta-amiloide e a tau, associadas à doença. O acúmulo dessas proteínas no cérebro torna-se tóxico para os neurônios, provocando a condição.
Análises posteriores ligaram a enzima ao pior desempenho cognitivo. É provável que, quando essa reação bioquímica não acontece corretamente, a função cerebral seja afetada, contribuindo para o desenvolvimento do Alzheimer.
Em estudos anteriores, a equipe também mostrou a relação entre diabetes tipo 2 e o declínio cognitivo. Isso ocorre porque a resistência à insulina pode aumentar a quantidade de enzimas zDHHC, que alteram o processo de S-palmitoilação, prejudicando funções no cérebro. Por isso, o Alzheimer é frequentemente chamado de “diabetes tipo III”.
As descobertas levaram os cientistas a considerar as enzimas zDHHC e S-aciltransferase como alvos potenciais para o tratamento do Alzheimer.
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Spray nasal é usado para atingir novo alvo em teste com animais
Em experimentos com ratos, a inibição da proteína S-palmitoilação mostrou-se eficaz para retardar a progressão do declínio cognitivo.
Além disso, neutralizou o acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro.
Outros testes utilizaram o medicamento experimental “2-bromopalmitato” em spray nasal para desativar enzimas zDHHC.
A aplicação reduziu a neurodegeneração, os sintomas e até mesmo prolongou a vida útil dos animais.
Ou seja, parece que o alvo foi bem escolhido e o uso do medicamento em spray está dando certo.
As pesquisas continuam
Embora promissor, o medicamento 2-bromopalmitato, utilizado em pesquisas, ainda não é suficientemente preciso. Contudo, os cientistas seguem explorando novas abordagens que poderiam ser aplicadas para aprimorar o tratamento.
Uma delas envolve o uso de “patches genéticos”, que são pequenos fragmentos de RNA capazes de se ligar ao RNA da enzima zDHHC7, impedindo sua produção. Outra possibilidade é uso de proteínas desenvolvidas em laboratório para bloquear a atividade da enzima, interrompendo o processo que afeta o funcionamento do cérebro no Alzheimer.
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