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Sondas de Marte revelam terreno enigmático no polo sul do planeta

Imagens recentes dos satélites Mars Express e Trace Gas Orbiter, ambas da ESA (Agência Espacial Europeia), mostram formações misteriosas no polo sul de Marte. Trata-se de padrões escuros moldados por jatos de gás que liberam poeira, fornecendo novos meios de entender o clima passado de Marte e possíveis reservas de água.

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As formações foram criadas graças ao gelo de CO₂ e surgem na primavera marciana, quando as calotas polares do sul começam a derreter, criando padrões poligonais escuros e fornecendo pistas sobre os ciclos de gelo e processos geológicos na história do Planeta Vermelho.

Visualizadas na região Australe Scopuli, terreno que ganhou o apelido de “críptico” devido à sua aparência misteriosa, as formações se originam devido ao processo de sublimação. Nele, o gelo de dióxido de carbono passa diretamente de sólido para gás sem se tornar líquido. 


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Vista ampla do terreno críptico (Imagem: Reprodução/ESA/DLR/FU Berlin)

Na imagem acima, o lado esquerdo apresenta depósitos em camadas, formados por poeira é aprisionada por camadas de gelo. No lado direito, encontramos apenas a superfície lisa desses depósitos em camadas. O centro exibe o terreno críptico, com tonalidade mais escura.

Os padrões poligonais escuros aparecem quando ampliamos a região do terreno críptico. Eles possuem bordas de geada brilhante, refletindo ciclos de congelamento e sublimação que lembram processos polares terrestres.

Imagens de alta resolução do Trace Gas Orbiter ajudaram os cientistas a observar melhor esses padrões, revelando gelo nas bordas de polígonos. Ao comparar com formações semelhantes na Terra, os pesquisadores sugerem que o gelo subterrâneo desempenha um papel fundamental na formação dessas regiões.

Cada polígono é delimitado por vales ou cristas. Abaixo, um exemplo de gelo persistente nas bordas dos polígonos dentro e ao redor de uma cratera de impacto.

Polígonos formados devido a ciclos repetidos de congelamento e degelo (Imagem: Reprodução/ESA/TGO/CASSIS)

Além disso, a sublimação do gelo de dióxido de carbono libera jatos de gás, formando depósitos em forma de leque com a ajuda do vento. Isso acontece quando a luz solar da primavera aquece a camada de gelo. 

Em seguida, a poeira escura depositada sobre o gelo acelera a sublimação ao absorver mais luz solar, criando buracos e afundando gradualmente. Com o tempo, o gelo fresco ou uma nova geada recobre essa poeira, transformando os leques escuros em leques brilhantes, que desaparecem à medida que o gelo sazonal evapora completamente.

Para a ESA, além de ajudar a desvendar o passado geológico de Marte, esses dados são valiosos para compreender o gelo subterrâneo e os ciclos de congelamento e degelo, essenciais para futuras missões e possíveis acampamentos humanos por lá.

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