Sobrecarga mental: o que acontece quando o cérebro é levado ao limite
Se você tem se sentido irritado, com baixa disponibilidade para lidar com questões emocionais e ainda tem tido problemas de memória, falta de atenção e falta de motivação, pode ser que esteja experimentando os efeitos negativos da sobrecarga mental. Saiba o que acontece quando o cérebro é levado ao limite.
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Segundo Thaís Gameiro, neurocientista pela UFRJ e sócia da Nêmesis, os recursos cerebrais são limitados e, embora possamos processar diversos estímulos simultaneamente, existe um custo de processamento e um grande gasto energético para realizar essas funções.
Conforme explica a especialista, quando a quantidade de informação a ser processada é grande demais, nossos circuitos cerebrais se sobrecarregam e começam a apresentar falhas:
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A carga mental normalmente é causada por aquelas atividades que ficam nos bastidores, e que envolvem uma demanda tanto cognitiva quanto emocional. Por exemplo, planejar as refeições da semana, cuidar da agenda de atividade dos filhos e manter as contas em dia são atividades que envolvem demandas mais cognitivas. No entanto, apoiar um amigo que está com dificuldades, confortar seu filho mais velho que terminou o namoro e acolher um colaborador da sua equipe de trabalho que está com problemas pessoais são demandas emocionais que também contribuem para a sobrecarga mental.
De acordo com a neurocientista, a sobrecarga mental ocorre quando nosso cérebro é levado ao limite de seu processamento saudável, ou seja, quando o volume de demandas excede sua capacidade.
Sobrecarga mental
O cérebro possui redes e estruturas específicas que são dedicadas ao processamento atencional, da memória, do aprendizado, do planejamento, tomada de decisão e regulação emocional.

“Esse circuito cerebral é conhecido como Sistema Executivo, e é justamente ele que mais sofre com a sobrecarga mental. Por esse motivo, os principais sintomas dessa sobrecarga são dificuldades de concentração, perda de memória, prejuízos em nossa capacidade de planejamento e tomada de decisão. É fácil notar o quanto a sobrecarga mental interfere em habilidades essenciais de nosso dia a dia, prejudicando nosso bem-estar e performance”, acrescenta a especialista.
Para além dos prejuízos cognitivos, a carga mental traz prejuízos emocionais, afetando nosso humor, motivação e até nossos relacionamentos interpessoais.
“A sobrecarga mental é interpretada pelo cérebro como um fator de estresse, interferindo na produção de hormônios e no equilíbrio dos neurotransmissores que regulam nossos estados emocionais, tais como dopamina, serotonina e noradrenalina”, completa Thaís.
Como reduzir a carga mental?
Para reduzir a carga mental, a neurocientista indica:
- Estabelecer limites saudáveis
- Fazer uma lista de todas as demandas e priorize
- Pedir ajuda, dividir as tarefas e delegar
“Muitas vezes aceitamos novas atividades apenas para agradar outras pessoas ou para não deixá-las desconfortáveis e, com isso, acabamos nos sobrecarregando e deixamos de priorizar nossas próprias necessidades. Evite essa armadilha e exercite dizer ‘não’, ainda que de forma educada e suave”, diz a neurocientista.
Vale lembrar que a sobrecarga mental é invisível, difícil de tangibilizar e sem fronteiras. Para reduzir, é preciso definir suas prioridades, identificando aqueles elementos que somente você pode realizar ou que precisam de sua atenção máxima. “Entenda quais atividades, tarefas ou funções você está assumindo e que poderiam ser divididas com outras pessoas, sejam membros da família, amigos ou mesmo no seu trabalho”.
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