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Review: Zelda Echoes of Wisdom transborda criatividade

Foi uma longa espera, mas finalmente ganhamos uma sequência para The Legend of Zelda The Wand of Gamelon, jogo lançado em 1993 que colocou a nossa Zeldinha como protagonista jogável pela primeira vez no Philips CD-I.

Brincadeiras à parte (se você não entendeu, dê uma rápida busca por esse jogo bizarro no YouTube, vai valer a pena), controlar a heroína mais uma vez no novo e magnífico The Legend of Zelda Echoes of Wisdom me fez imaginar o quão legal seria se tivéssemos a chance de jogar com ela mais vezes nesse meio tempo.

É claro que tivemos outros gostinhos disso aqui e ali. Nos créditos de Skyward Sword, por exemplo, podemos ver todas as aventuras que a personagem viveu enquanto Link desbravava dungeons por aí. Em Wind Waker, então, temos a versão aventureira máxima dessa lenda dos games. Eu adoraria poder jogar com elas, então fiquei bem feliz por essa ideia finalmente virar realidade no Nintendo Switch.

A sabedoria de The Legend of Zelda Echoes of Wisdom

Eu não sei você, mas eu pelo menos sempre achei que, por melhores que fossem Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, faltava neles muito do DNA mais clássico da série. Inovar é bom e essencial, e certamente esses jogos trouxeram um senso de liberdade, experimentação e criatividade sem precedentes, mas diabos, como eu sentia falta das dungeons mais tradicionais da franquia.

Se você pensa como eu, provavelmente vai amar The Legend of Zelda Echoes of Wisdom, já que ele se esforça para agradar a gregos e troianos. Com a retomada da câmera em visão superior e de um estilo de arte bem similar ao que vimos no remake de Link’s Awakening, voltam também as masmorras com mapas, chaves e chefões.

Imagem: Nintendo

O que não volta é a limitação de ter apenas um item-chave por área graças a uma excelente sacada do gameplay, justamente os tais Echoes que dão nome ao jogo. Aqui, a Zelda pode usar ecos de uma ampla variedade de objetos e criaturas como quiser, uma doideira divertidíssima e que dá cara única ao game, como explicarei a seguir.

Copia, só não faz igual

Sem dar maiores spoilers sobre a trama, logo cedo a Zeldinha ganha acesso às suas principais armas na jornada, mais notoriamente um cajado capaz de se conectar a objetos pré-determinados. Com ele, você pode principalmente copiar e clonar desde camas e trampolins até os inimigos que derrota. Chamar isso de multi-uso seria quase um eufemismo.

Como o salto da heroína é bem baixinho, para cruzar de um lado ao outro de abismos você pode, por exemplo, empilhar três camas uma em cima da outra fazendo uma escada. Encontrou um inimigo? Coloque espinhos em seu caminho, ou então taque logo um clone de soldado para sair na espadada com ele. As possibilidades são ilimitadas, e isso se aplica ao design geral do jogo.

Imagem: Nintendo / The Legend of Zelda Echoes of Wisdom

A maioria dos puzzles tanto nas dungeons como no mundo exterior possuem múltiplas soluções, e ao conversar com outros amigos que avaliavam o jogo também, ficou claro que várias vezes a gente encontrava um jeito diferente de passar pelo menos obstáculo, premiando a imaginação acima de tudo.

Outro uso do cajado é se conectar diretamente a objetos, o que permite, por exemplo, arrastar um pedregulho para fora do seu caminho, criar novas plataformas, ou mesmo pegar uma carona em objetos que estejam se deslocando em um andar superior. Com isso, os puzzles são muito engenhosos e imersivos, figurando facilmente entre os melhores da franquia.

Implorando por um console novo

Assim como já tinha acontecido em jogos como Bayonetta 3 e até mesmo no próprio The Legend of Zelda Tears of the Kingdom, é mais do que evidente que o hardware original do Nintendo Switch já está pedindo arrego ao rodar The Legend of Zelda Echoes of Wisdom.

Imagem: Nintendo / The Legend of Zelda Echoes of Wisdom

Os problemas são mais graves no modo portátil do que no docked, mas mesmo jogando pela televisão era possível notar pequenas engasgadas aqui e ali. Não é nada que vá te tirar o sono, fazer perder vidas acidentalmente ou prejudicar seriamente a sua experiência, mas a performance deixa um pouco a desejar mesmo assim.

Eu também achei que a trilha sonora fica um pouco aquém dos melhores momentos da série mas, novamente, não chega perto de ser ruim e nem nada assim. O que brilha, por outro lado, é a fantástica localização em português, que foi imensamente feliz e caprichosa na hora de adaptar os nomes dos outros personagens. É maravilhoso poder jogar, finalmente, um legítimo Zelda em português. A espera valeu a pena!

Vale a pena jogar The Legend of Zelda Echoes of Wisdom?

Se você pensava que The Legend of Zelda Echoes of Wisdom poderia, de alguma forma, ser um título menor, spin-off ou o que for, deixe esse preconceito de lado, pois ele está objetivamente equivocado.

O que temos aqui é um legítimo capítulo principal da franquia, feito com todo o capricho e profundidade que você espera dos grandes jogos da Big N.

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