DestaqueEconomiaNewsPrincipais notícias

Qual foi a maior explosão de meteoro do mundo?

Também conhecidos como estrelas cadentes, os meteoros são corpos celestes que entram em nossa atmosfera e se incendeiam, deixando um rastro luminoso no céu. São formados por fragmentos de asteroides ou restos de cometa, e sua velocidade pode chegar atingir mais de 250.000 km/h. Por conta do atrito com os gases atmosféricos, eles entram em ignição.

Recentemente, a NASA comunicou sobre o 2024 YR4, um corpo celeste medindo de 40 a 90 metros de largura, que possui uma certa chance de atingir a Terra em 2032. O fato pode parecer assustador, mas saiba que o planeta já resistiu a explosão de um meteoro com aproximadamente 40 metros de diâmetro, mas que pode ter chegado a 200 metros, lá em 1908.

O caso é do evento de Tunguska, considerado a maior explosão de meteoro já registrada na história. Ele ganha esse título pois, caso tenha havido maiores, não se tem registro. Saiba mais informações abaixo sobre o ocorrido há mais de mil anos.

Tunguska
Local da queda do meteoro Imagem: Kulik

Qual foi a maior explosão de meteoro do mundo?

O evento aconteceu em 30 de junho de 1908, nas planícies rurais da Sibéria. Os moradores locais perceberam, logo pela manhã, um clarão azulado que fazia parecer que o céu estava “se abrindo em dois”. O momento em que o meteoro atingiu a atmosfera, se visto da superfície da Terra, fez com que o corpo celeste parecesse ter o mesmo tamanho do Sol.

Leia mais:

Seu tamanho era de, aproximadamente, 40 metros de diâmetro, quando considerada uma estimativa modesta. Contudo, seu tamanho real pode ter chegado a 200 metros. A explosão aconteceu ainda no ar, gerando uma onda de choque capaz de afetar uma área de mais de 2 mil km². Essa potência toda só não provocou uma calamidade total porque atingiu uma região de floresta que não havia muita população.

Entretanto, o meio ambiente local foi bastante afetado, com 80 milhões de árvores que foram arrancadas diretamente pelas raízes de uma só vez. Considerando seu tamanho e impacto, o resultado afetou pouco a população, tirando a vida de três pessoas – poderia ter sido bem pior.

Dados impressionantes

Ele foi classificado oficialmente como um evento de impacto, mas o meteoro de Tunguska nunca tocou o solo de fato, nem formou uma cratera. A estimativa é que ele tenha explodido no ar a uma altitude de 5 a 10 km, enquanto voava a cerca de 98 mil km/h, acompanhado de pressão e calor extremos. Há uma probabilidade de que uma parte razoável dele tenha voltado para a órbita depois do choque.

Além do estrago na floresta, o corpo celeste provocou violentas ondas de ar que se espalharam pela Eurásia, e foram sentidas na Alemanha, Reino Unido, Croácia e locais mais afastados, como a Indonésia e os EUA. A onda de choque foi compatível com um terremoto de grau 5,0 na escala Richter, segundo dados sísmicos.

Se as informações até aqui já foram impressionantes, ainda não acabou. A estimativa é que a energia da explosão tenha sido de 42 a 130 petajoules, o que equivale à explosão de 10 a 15 milhões de toneladas de dinamites. Ou então entre 66 e 206 vezes o impacto direto da explosão da bomba atômica de Hiroshima.

Tunguska
Parte da devastação causada pelo Evento de Tunguska em 1908 (Imagem: Academia Soviética de Ciência)

Efeitos posteriores

O céu noturno na Ásia e na Europa ficou claro nos dias seguintes, o que permitiu que as pessoas tirassem fotos sem a ajuda de luzes artificiais na Suécia e na Escócia.

O efeito de brilho contínuo pode ter acontecido pela refração da luz solar que incidia em outras partes do planeta, através de partículas de gelo de alta altitude. Elas foram formadas em temperaturas muito baixas, uma vez que subiram muito alto como resultado da explosão. O mesmo aconteceu décadas depois, com o lançamento dos ônibus espaciais.

Um programa do Smithsonian Astrophysical Oservatory na Califórnia, Estados Unidos, detectou por meses uma diminuição na transparência atmosférica compatível com um aumento nas partículas de poeira em suspensão.

Causa da explosão

Ao longo do tempo, foram feitos diversos estudos sobre o evento de Tunguska, porém, muitas teorias sugeridas foram refutadas. Algumas pessoas acharam que se tratava de obra de alienígenas, um mini buraco negro ou um cometa. Além disso, a ausência de cratera dificulta a conclusão sobre a velocidade, o tamanho e a trajetória do meteoro.

Alguns estudos de solo na região afetada mostraram a presença de minerais diferentes do padrão esperado. Esferas microscópicas de silicato e magnetita foram encontradas no solo e nas resinas das árvores nos anos 1950 e 60, e uma análise clínica mostrou que elas possuiam altas proporções de níquel em relação ao ferro, um padrão conhecido em meteoritos.

Já em 2020, alguns pesquisadores usaram modelos de computador para calcular a passagem de asteroides em ângulos oblíquos na atmosfera da Terra. Após a modificação de variáveis como diâmetro e composição do meteoro, foi proposto que o evento de Tunguska foi provocado por um asteroide de ferro com até 200 metros de diâmetro.

O caso foi o maior impacto já presenciado pela civilização como conhecemos. Sabemos que aconteceram eventos maiores ao longo da pré-história, porém, especialistas como geólogos e paleontólogos precisam identificar quais locais do planeta possuem resquícios químicos e fósseis associados a eles, analisando cuidadosamente os sedimentos. Seria como montar um quebra-cabeça bastante complicado.

Parte da devastação causada pelo Evento de Tunguska em 1908 (Imagem: Academia Soviética de Ciência)

O post Qual foi a maior explosão de meteoro do mundo? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Facebook Comments Box