Proteína da solidão: como ficar sozinho muda nosso corpo
Já não é segredo para a ciência que a solidão não se limita aos impactos psicológicos, mas também pode afetar o nosso corpo. Mas esse impacto pode ser além do que imaginamos, e chegar até mesmo às proteínas responsáveis pela expressão genética.
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No caso de um estudo colaborativo entre a Universidade de Cambridge e a Universidade Fudan, cientistas analisaram 2.920 proteínas para investigar a associação entre proteínas, solidão e isolamento social autorrelatados.
E um ponto que se destaca nesta análise é que as proteínas encontradas como significativamente associadas à solidão e ao isolamento social também são conhecidas por serem relacionadas à inflamação, respostas antivirais e imunológicas.
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Proteínas da solidão
Então os cientistas descobriram que a solidão pode levar a um aumento nos níveis de cinco proteínas específicas expressas no cérebro (conhecidas como GFRA1, ADM, FABP4, TNFRSF10A e ASGR1).
Conclusão: pessoas que se sentem solitárias tendem a ter níveis mais altos de proteína em comparação àquelas que não se sentem assim. Os pesquisadores também descobriram que mais da metade das proteínas estavam ligadas a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral. As informações podem ser vistas na Neurology.
Então socializar (ou seja, não se sentir solitário) pode promover a saúde ao reduzir os níveis de certas proteínas prejudiciais. No entanto, as proteínas podem explicar apenas parcialmente a ligação entre solidão e saúde. Outros fatores como o estresse social, também podem desempenhar um papel.
Solidão no cérebro
Estudos já mostraram que a solidão faz com que o cérebro responda de forma diferente a estímulos visuais. As pessoas que se sentem mais solitárias também mostram respostas cerebrais atenuadas em regiões subcorticais ligadas ao sistema de recompensa.
A solidão pode mudar nosso corpo (Imagem: Dollar Gill/Unsplash)
Em paralelo, cientistas também já perceberam, entre os mais solitários, genes associados ao câncer, doenças cardiovasculares e inflamatórias. Há uma rede de conexões entre esses genes diferentes e um pode afetar o outro.
Impactos físicos da solidão
Para se ter um parâmetro do impacto físico da solidão, pesquisadores já afirmaram que oito horas de solidão podem ser tão prejudiciais quanto oito horas sem comer, esgotando a energia e aumentando a fadiga com a mesma intensidade.
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