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Procura-se especialista em IA! Boom da tecnologia já impacta o mercado

A busca por lideranças capazes de conduzir iniciativas em inteligência artificial (IA) está mais acirrada do que nunca.

Um recente relatório da PwC revelou que as vagas relacionadas à IA cresceram 3,5 vezes mais do que as vagas que não exigem essa habilidade, evidenciando uma demanda sem precedentes por profissionais que compreendam tanto os aspectos técnicos quanto os de negócios desta tecnologia transformadora.

O cenário atual enfrenta uma nova dinâmica, em que a IA é vista como uma habilidade indispensável em diversas áreas, não mais como um campo isolado. Executivos de finanças, marketing e outras áreas precisam dominar as ferramentas e estratégias de IA para se manterem competitivos.

Em entrevista concedida ao Olhar Digital, Paulo Bivar, sócio da Kinp Group – consultoria especializada em recrutamento de executivos -, explicou que a IA deve ser encarada como uma competência essencial, semelhante ao que o pacote Office representava para os profissionais no passado.

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Especialista ressalta como as novidades e inovações de IA surgem ao mesmo tempo para o mundo todo – Imagem: Thapana_Studio/Shutterstock

“Acredito que o movimento de IA talvez seja o primeiro grande símbolo de transformação tecnológica, global e simultânea”, destaca Bivar.

“Está acontecendo no mundo inteiro, ao mesmo tempo. Uma atualização do ChatGPT chega aos Estados Unidos e ao Brasil no mesmo dia, por exemplo. Boa parte do mundo tem acesso simultâneo às ferramentas, diferente de outras ondas tecnológicas em que havia uma defasagem entre mercados”, acrescenta. 

Um aspecto crítico deste novo cenário é a velocidade das transformações. “Um produto que em maio era super inovador, hoje está obsoleto”, exemplifica Bivar, mencionando um caso recente de uma startup que desenvolveu uma solução de IA para entrevistas via WhatsApp. “Mês passado o ChatGPT lançou o Voice Reasoning, com interlocução inter-idioma. Então, de certa forma, o produto que era um negócio super inovador, hoje está obsoleto.”

Atual cenário do mercado brasileiro

Além de encontrar os profissionais ideais para suas necessidades, as empresas precisam criar ambientes propícios para a aplicação da IA em suas operações.

Para isso, é essencial que as organizações estabeleçam estratégias claras e definam objetivos de curto, médio e longo prazo relacionados à adoção dessa tecnologia. 

“Não adianta você trazer um time de tecnologia numa empresa de 500 colaboradores, contratar 5 especialistas de inteligência artificial, eles não vão mudar a empresa inteira”, alerta Bivar. “O primeiro passo é ter de fato uma estratégia em cima de inteligência artificial, com objetivos claros, de curto, médio, longo prazo”.

O Brasil se destaca nesse panorama como um mercado promissor, oferecendo oportunidades únicas para o desenvolvimento de iniciativas em IA, especialmente no ecossistema de startups. Conectar-se com esse ecossistema é vital para empresas que buscam se manter atualizadas e competitivas, aproveitando o potencial de inovação presente no país.

IA e mercado de trabalho: relação cada vez mais essencial, e não apenas no setor da tecnologia – Imagem: Shutterstock/khunkornStudio

Empresas tradicionais podem sofrer no novo cenário global

Apesar do progresso, o desafio de adaptação é maior para empresas tradicionais, que enfrentam muitas vezes barreiras burocráticas e dificuldades em promover transformações significativas.

Enquanto startups lideram o movimento de IA, grandes corporações ainda precisam superar obstáculos estruturais para integrar a tecnologia de forma eficaz em suas operações.

A velocidade das transformações tecnológicas impõe um novo paradigma na formação destes executivos. “Qualquer energia que você dedique hoje para se especializar em um único campo, pode ser que daqui a três meses já não seja mais esse campo”, adverte Bivar.

“Estamos em um momento que eu acho que o segredo não é se especializar, é ser flexível e ver inteligência artificial como cross skill e não como especialização”, conclui.

No cenário global, as instituições educacionais têm um papel crucial. “Nos Estados Unidos, instituições como MIT, Stanford, Harvard são universidades que estão falando e têm pessoas especialistas nesse tema há anos”, destaca Bivar. Ele observa que estas instituições já antecipavam e atualizavam seus alunos dos mais diversos cursos sobre inteligência artificial, criando uma base mais sólida de conhecimento no mercado americano.

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