Por que picadas de mosquito coçam mais numas pessoas do que noutras
Algumas pessoas são muito mais sensíveis que outras para picadas de mosquitos e alergias. Há casos em que a coceira é tão forte que pode até machucar a pele, formando feridas. Por outro lado, outras nem sentem a picada. A resposta para essas reações tão diferentes está nas células do sistema nervoso e do imunológico.
Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Como um mosquito pica? E por que coça? Mosquitos usam infravermelho para escolher quem vão picar
É o que demonstra um novo estudo desenvolvido por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), nos EUA. Os testes que compreendem melhor a reação à coceira foram feitos com camundongos, mas o esquema deve funcionar de forma semelhante em humanos, segundo os autores.
Por que a pele coça após picada de mosquito?
A pele humana (e de qualquer outro mamífero) é repleta de células sensoriais, ligadas ao sistema nervoso. Estes podem detectar mudanças no ambiente e desencadear diferentes respostas, como a sensação de dor. Quando a pele entra em contato com um alérgeno, o que inclui a saliva de mosquitos, a reação pode ser a coceira.
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Nova pesquisa ajuda a explicar o porquê de algumas pessoas sentirem mais coceira apó a picada do que outras (Imagem: The Connecticut Agricultural Experiment Station/CDC)
Em paralelo, o sistema imune também é ativado em reação aos patógenos. Com a ativação das células imunológicas, é iniciada uma reação inflamatória, marcada pelo inchaço e pela vermelhidão. Quem tem alergia é normalmente mais sensível a esses estímulos. No entanto, ambos os sistemas estão mais conectados do que se pensava anteriormente.
Origem da coceira
Publicado na revista Nature, o recente estudo provocou, inicialmente, a coceira em camundongos, através de alérgenos. No modelo animal, a equipe descobriu a importância de uma célula imune pouco estudada, a GD3, que produz uma molécula conhecida como IL-3, em resposta à substância nociva (que poderia ser a saliva de um mosquito).
A molécula IL-3 atua diretamente em um subconjunto de neurônios sensoriais indutores de coceira. É como se eles ficassem mais reativos e se preparassem para ativar a reação da coceira. Então, qualquer exposição a um alérgeno poderia desencadear o quadro tão irritante.
Em outra rodada de testes, as células GD3 dos camundongos foram bloqueadas. Isso tornou os animais resistentes à coceira e à capacidade de ativação imunológica dos alérgenos — se isso ocorresse em humanos, ninguém mais teria coceira após uma picada.
Descoberta vale para humanos?
As descobertas foram validadas apenas em roedores, mas a equipe entende que os mecanismos são próximos ao que ocorre em humanos. Inclusive, quanto mais células GD3, o risco de coceiras cresce.
“Nossos dados sugerem que essa via também está presente em humanos, o que levanta a possibilidade de que, ao mirar a via de sinalização mediada por IL-3, podemos gerar novas terapêuticas para prevenir uma alergia”, explica Caroline Sokol, autora sênior do estudo e pesquisadora do MGH, em nota.
Saiba mais:
O corpo humano reage a diferentes estímulos das formas mais variadas possíveis. Até mesmo o abacaxi pode cortar a boca de algumas pessoas. A seguir, confira a explicação:
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