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Por que os dinossauros não evoluíram dos répteis novamente depois do asteroide?

66 milhões de anos, na extinção do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), os dinossauros sofreram com a queda de um asteroide, se extinguindo logo depois. Alguns animais, como os mamíferos e as aves (dinossauros avianos), sobreviveram e prosperaram, mas os dinossauros não-avianos nunca mais reapareceram.

Vendo o longo histórico dos dinos — que reinaram no planeta por cerca de 100 milhões de anos —, é possível se perguntar: como eles não evoluíram novamente a partir dos répteis? Há algum aspecto do mundo atual que impeça seu aparecimento ou teria sido apenas uma questão de sorte (ou falta dela, neste caso)?

O mundo moderno e os dinossauros

A resposta à pergunta do parágrafo anterior provavelmente fica com a segunda hipótese: a evolução simplesmente não “contribuiu”. Espécies extintas não retornam exatamente como eram após extinções, apesar de que criaturas parecidas podem surgir espontaneamente por evolução iterativa — é o caso da saracura-de-papo-branco (Dryolimnas cuvieri).


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A saracura-de-papo-branco sumiu da face da Terra e evoluiu novamente dentro de milhares de anos, em ocorrência rara — de forma levemente diferente, claro (Imagem: Charles J. Sharp/CC-BY-S.A-4.0)
A saracura-de-papo-branco sumiu da face da Terra e evoluiu novamente dentro de milhares de anos, em ocorrência rara — de forma levemente diferente, claro (Imagem: Charles J. Sharp/CC-BY-S.A-4.0)

A espécie viveu no Atol de Aldabra, no Oceano Índico, até que foi extinta por uma inundação: já que não podia voar, a ave não pôde escapar da catástrofe.

Poucos milhares de anos depois, o atol ficou habitável novamente, e a espécie que deu origem às saracuras-de-papo-branco originais voltou voando para habitar o local, evoluindo para a ave que não voa novamente — embora levemente diferente da anterior.

Vale lembrar, no entanto, que a seleção natural das espécies é um processo aleatório que valoriza os animais mais bem adaptados, e esse aspecto randômico pode não se repetir — mesmo porque as condições ambientais podem nunca mais voltar a ser como eram.

Algumas pesquisas, por exemplo, como uma de 2016 publicada na revista PNAS, indicam que os dinossauros já estavam em perigo de extinção devido a mudanças climáticas.

A queda do asteroide nas proximidades da Península de Yucatán levou à extinção dos dinossauros — muitos deles ainda poderiam estar vivos, embora diferentes, nos dias de hoje (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)
A queda do asteroide nas proximidades da Península de Yucatán levou à extinção dos dinossauros — muitos deles ainda poderiam estar vivos, embora diferentes, nos dias de hoje (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)

Pesquisas mais atuais, em geral, desmentem a suposta ruína inevitável dos dinossauros, já que sua diversidade não estava realmente caindo e, mesmo se esse fosse o caso, não significaria um fim futuro, necessariamente. Mesmo que algumas espécies de saurópode, por exemplo, continuassem em declínio, outros dinossauros provavelmente estariam por aí até hoje se não fosse o asteroide.

O sucesso de mamíferos como nós nos milhões de anos seguintes e as condições ambientais nunca mais favoreceram o surgimento de grandes répteis, e a explicação para que os dinossauros não tenham surgido novamente provavelmente não ficará melhor do que isso.

Vale lembrar que, na verdade, temos sim descendentes vivos dos dinossauros: os pássaros avianos, descendentes dos terópodes. Se eles podem ficar grandes e assustadores novamente, só o tempo dirá.

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