Por que o ar-condicionado é tão caro?
Com o aumento do calor no Brasil, o ar-condicionado vem se tornando cada vez mais uma necessidade para maior conforto térmico em algumas regiões, mas o preço ainda é considerado alto por muitos. Além do custo do produto, o usuário costuma enfrentar gastos mensais elevados com o consumo de energia do aparelho. Os motivos para o ar-condicionado custar caro vão desde a mão de obra até o clima e outros aspectos.
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É importante frisar que o aparelho tem evoluído com o passar dos anos e além da tecnologia inverter, alguns modelos usam até mesmo IA no ar-condicionado para economizar energia e gelar mais rápido.
Por que o ar-condicionado é tão caro?
Diversos fatores influenciam no preço do ar-condicionado, mas vale frisar que o aparelho não tem um custo único. Além do gasto com o produto, o preço do ar-condicionado inclui:
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- Tipo de uso;
- Aumento da temperatura;
- Custos de instalação e manutenção;
- Consumo de energia.
Conversamos com Toríbio Rolon, Presidente do Departamento Nacional de Comércio e Distribuição da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), que explicou o que falta para o ar-condicionado se tornar mais popular no Brasil:
“É preciso criar tecnologias que vão ao encontro do consumidor. Equipamentos com maior eficiência energética, recursos para o cotidiano da pessoa, como conectividade com o celular e automação. A fabricação em grande escala também deve tornar o preço mais atraente para o consumidor”, detalhou.

Rolon ainda reforça que configurar o ar-condicionado da maneira certa economiza energia. Ou seja, seguir a orientação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), e manter a temperatura do ar-condicionado entre 23 °C e 26 °C no verão e 20 °C e 22 °C no inverno.
Onda de calor influencia no preço do ar-condicionado
Sem dúvidas, as altas temperaturas influenciam diretamente no preço do ar-condicionado. A maior procura durante o verão faz o valor do produto subir, mas o clima interfere além da maior demanda.

O representante da Abrava explica que os fenômenos climáticas causam secas em rios que prejudicam a logística da fabricação e do envio de ares-condicionados.
Enquanto o número de vendas tende a crescer significativamente em meses com fortes ondas de calor. Rolon usa como exemplo o ano de 2023, que foi marcado no segmento pelo salto de vendas de ar-condicionado:
“Os meses de verão costumam ter uma elevação de 1,5 °C. Mas em determinadas regiões o aumento era de 5 °C acima da média. Isso demandou muitos aparelhos de ar-condicionado. Para se ter ideia, até setembro, normalmente, vendiam-se 240 mil ares-condicionados, e neste ano, no mesmo período, o número saltou para 400 mil.”
Instalação tem custo alto: capacitação ainda é desafio
Outro ponto destacado por Rolon diz respeito à mão de obra. Assim que o consumidor compra o ar-condicionado, surge a preocupação com a instalação, já que é preciso contratar um instalador especializado. Somente dessa forma, o aparelho vai funcionar com todo seu potencial e seguir na garantia da fabricante.
O executivo aponta que o mercado enfrenta uma questão de alta demanda para instalação e manutenção de ar-condicionado para poucos profissionais qualificados. Esta condição, muitas vezes, acaba elevando o preço do serviço presto.
“Existe uma curva de demanda maior do que a disponibilidade de técnicos. Inclusive, isso é algo que está sendo trabalhado. Pois, as empresas fabricam os aparelhos e oferecem cursos para os instaladores. Ainda existem associações como a ABRAVA e escolas renomadas, como o Senai, que também disponibilizam cursos para manusear o ar-condicionado”, explica Rolon.

22% das casas brasileiras tem ar-condicionado
Segundo Rolon, cerca de 22% das residências no Brasil tem, pelo menos, um ar-condicionado. Sendo que, entre os que possuem o eletrodoméstico, 33% pertencem à classe A ou B.
Ou seja, embora o aparelho custe caro, o ar-condicionado não está restrito à parcela da população com maior concentração de renda.
Tendo em vista as ondas de calor e a necessidade de conforto térmico, Rolon explica que com a evolução das tecnologias do aparelho e as mudanças climáticas, o valor do ar-condicionado mudou. Isto é, muitas vezes, as pessoas focam no que o aparelho pode entregar, em vez do preço.
Ar-condicionado impacta na matriz energética brasileira
Por fim, o consumo de energia ainda é um grande empecilho para a popularização do ar-condicionado. O gasto energético com o aparelho é tanto que além de pesar na conta de luz do consumidor, impacta significativamente na matriz energética brasileira.
Para se ter ideia, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), desde 2018 o uso de ar-condicionado nas residências brasileiras é o maior vetor de demanda elétrica no setor residencial e comercial do país.
Além disso, estima-se que a demanda energética em sistemas de condicionamento de ar deve quadruplicar no setor de edificações do Brasil até 2038, sendo que 70% serão residências.
Futuro promete aparelhos de ar-condicionado mais econômicos
Tendo isso em vista, o Brasil tem trabalhado em regras mais rígidas de eficiência energética nos aparelhos de ar-condicionado.
Uma das regulamentações é de que, a partir de 2026, as marcas só poderão fabricar ou importar ares-condicionados domésticos com índices de eficiência rigorosos, conforme a resolução CGIEE nº 01/2022. O objetivo é economizar 67 TWh em energia e até R$ 12 bilhões até 2040.
Em outras palavras, o ar-condicionado custa muito para as casas brasileiras e para o Brasil como um todo, devido à alta demanda de energia necessária. Além disso, questões logística e a instalação contribuem para o alto valor pago pela população.
No entanto, a expectativa é de que o custo do ar-condicionado diminua com novas leis e fabricação em grande escala.
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