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Por que fazer chupeta no carro pode ser ruim?

Quando a bateria do carro descarrega, muitos motoristas recorrem à famosa “chupeta” como uma solução rápida para voltar à estrada. No entanto, essa prática pode ser mais perigosa do que parece.

Fazer chupeta no carro envolve riscos que podem comprometer componentes elétricos, a segurança do veículo e até mesmo causar danos financeiros consideráveis. Embora pareça um procedimento simples, conectar cabos de maneira incorreta ou utilizar um veículo incompatível para fornecer carga pode resultar em problemas graves.

Além disso, com a evolução dos sistemas eletrônicos dos carros modernos, a prática da chupeta se tornou ainda mais arriscada. A tecnologia embarcada nos veículos atuais é sensível a picos de energia, e um erro nesse processo pode comprometer módulos essenciais, exigindo reparos custosos.

5 problemas associados à chupeta em um carro

A seguir, veja cinco motivos pelos quais fazer chupeta no carro pode ser perigoso e comprometer a saúde do seu veículo.

1 – Risco de danos à central eletrônica

Os carros modernos são equipados com módulos eletrônicos sofisticados, responsáveis por controlar diversos sistemas, como injeção eletrônica, painel digital e sensores de segurança. Ao fazer uma chupeta de forma inadequada, há o risco de causar picos de tensão que podem danificar essas centrais.

Painel do carro com todas as luzes de advertência acesas
Painel do carro com todas as luzes de advertência acesas (Imagem: Stock Foto / Shutterstock)

O conserto de um módulo eletrônico pode ser extremamente caro, chegando a valores superiores ao custo de uma bateria nova. Além disso, alguns danos podem ser irreversíveis, exigindo a substituição completa da peça.

Outro problema é que, mesmo que o carro funcione normalmente após a chupeta, alguns módulos podem apresentar falhas intermitentes, dificultando o diagnóstico do problema.

Em alguns casos, os sensores podem ser comprometidos, resultando em falhas no funcionamento de airbags, freios ABS e outros sistemas essenciais para a segurança do veículo.

2 – Possibilidade de curto-circuito e incêndio

Se os cabos forem conectados de maneira errada ou se houver uma sobrecarga elétrica, o risco de curto-circuito é alto. Um curto pode gerar faíscas e, em situações extremas, causar incêndios no compartimento do motor.

mecânico conectando fios para fazer "chupeta" na bateria do carro
Mecânico fazendo chupeta na bateria de um carro (Reprodução: jcom/Freepik)

Isso pode acontecer especialmente em veículos que já possuem problemas elétricos ou em baterias antigas com vazamento de ácido sulfúrico, substância altamente inflamável.

Além disso, os cabos utilizados para fazer chupeta nem sempre possuem a resistência adequada para lidar com altas correntes elétricas. Se os cabos forem de baixa qualidade ou estiverem desgastados, há o risco de superaquecimento e derretimento, aumentando ainda mais a probabilidade de um incêndio.

Portanto, um simples erro pode transformar um problema de bateria descarregada em um cenário perigoso e de alto custo.

3 – Danos ao alternador do carro doador

Ao fornecer carga para outro veículo, o carro doador pode sofrer danos ao seu próprio sistema elétrico. O alternador, responsável por recarregar a bateria e fornecer energia para o funcionamento do veículo, pode ser sobrecarregado ao tentar compensar a descarga repentina de energia durante a chupeta.

Mecânico segurando um alternador de carro
Mecânico segurando um alternador de carro (Reprodução: Heliar)

Se o alternador for levado ao limite, pode ocorrer superaquecimento e até mesmo queima de componentes internos. Isso resulta em falhas no carregamento da bateria e pode levar a panes elétricas, exigindo reparos custosos.

Além disso, o alternador pode não conseguir suprir energia suficiente para os dois carros, o que pode prejudicar ambos os veículos envolvidos no processo.

4 – Risco de choque elétrico

Muitas pessoas subestimam o risco de choque elétrico ao fazer uma chupeta no carro. Mesmo sendo um sistema de 12V na maioria dos veículos, a corrente elétrica pode ser alta o suficiente para causar queimaduras e outros ferimentos, especialmente se houver contato com partes metálicas ou se os cabos estiverem mal isolados.

visão de perto de mecânico automotivo usando um testador de bateria digital para verificar e analisar a bateria do carro, checar a quilometragem do carro, conceito de serviço de manutenção automotiva.
Trocar a bateria é o ideal após três anos de uso (Reprodução: Gumbariya/Shutterstock)

Além disso, se a chupeta for feita sob chuva ou em locais úmidos, a chance de choque elétrico aumenta consideravelmente. Isso representa um perigo não apenas para quem está manuseando os cabos, mas também para passageiros e outras pessoas próximas ao veículo.

O risco é ainda maior caso a bateria apresente vazamentos, pois o contato com o ácido sulfúrico pode causar queimaduras químicas graves na pele.

5 – Bateria pode explodir

Um dos riscos mais graves ao fazer chupeta no carro é a possibilidade de explosão da bateria. Quando uma bateria está muito descarregada ou danificada, o acúmulo de gás hidrogênio no compartimento do motor pode torná-la altamente inflamável.

Bateria automativa sendo removida por um mecânico
Bateria automativa sendo removida por um mecânico (Reprodução: ERBS)

Se houver uma faísca durante a conexão dos cabos, a bateria pode explodir, lançando ácido sulfúrico e fragmentos de plástico para todos os lados.

Esse tipo de acidente pode causar ferimentos sérios, incluindo queimaduras químicas e danos aos olhos. Além disso, a explosão da bateria pode comprometer outros componentes do motor, resultando em um prejuízo ainda maior para o proprietário do veículo.

Por isso, se houver sinais de que a bateria está danificada, como vazamentos ou inchaços na carcaça, é altamente recomendável evitar a chupeta e procurar um profissional para a substituição segura da peça.

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Alternativas mais seguras à chupeta

Diante dos riscos mencionados, é importante considerar alternativas mais seguras para lidar com uma bateria descarregada. Algumas opções incluem:

  • Uso de um carregador de bateria portátil: esses dispositivos são projetados para recarregar a bateria de forma segura, sem a necessidade de outro veículo;
  • Chamar um serviço de assistência veicular: muitas seguradoras e empresas especializadas oferecem suporte para troca ou recarga de bateria;
  • Prevenção: fazer a manutenção regular da bateria e evitar deixar faróis ou acessórios elétricos ligados quando o carro estiver desligado pode prolongar sua vida útil e reduzir a necessidade de chupeta.

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