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Por que as cidades inundam? Veja a diferença entre inundação e enchente

Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm causado grandes estragos em diversas cidades ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, fortes chuvas frequentemente resultam em ruas alagadas, deslizamentos de terra e até mesmo no deslocamento de milhares de pessoas. Mas você já se perguntou por que cidades inundam e quais são as causas desse problema?

Para entender melhor esse fenômeno, é fundamental diferenciar dois conceitos que muitas vezes são confundidos: inundação e enchente.

Embora ambos estejam relacionados ao excesso de água em um determinado local, cada um tem características distintas e impactos diferentes. Além disso, a urbanização desordenada, o desmatamento e falhas na infraestrutura contribuem diretamente para a recorrência das inundações.

Qual a diferença entre inundação e enchente?

Apesar de muitas pessoas usarem os termos “inundação” e “enchente” como sinônimos, eles possuem significados diferentes. A enchente ocorre quando um rio, lago ou outro corpo d’água transborda devido ao aumento do volume de água, geralmente causado por chuvas intensas.

Esse fenômeno é natural e pode ocorrer mesmo em áreas sem presença humana, sendo agravado pelo desmatamento e pela impermeabilização do solo.

A enchente ocorre quando um rio transborda devido ao aumento do volume de água. Imagem: Nick_ Raille_07 – Shutterstock

Já a inundação é um processo mais amplo e pode ocorrer mesmo sem a presença de rios próximos. Esse fenômeno acontece quando a água da chuva não consegue escoar adequadamente, acumulando-se nas ruas, casas e outras áreas urbanas.

As inundações são comuns em cidades com infraestrutura precária, falta de drenagem eficiente e alto índice de impermeabilização do solo, onde o asfalto impede a absorção da água pelo terreno.

A principal diferença entre os dois fenômenos é que a enchente está diretamente relacionada ao transbordamento de corpos d’água, enquanto a inundação ocorre por conta do acúmulo de água em locais onde ela não consegue escoar. Ambos os eventos podem causar prejuízos significativos para a população, desde danos materiais até riscos à saúde pública.

Por que as cidades inundam?

Fatores que contribuem para as inundações

A urbanização acelerada e muitas vezes desordenada das cidades é um dos principais fatores que contribuem para as inundações. O crescimento das áreas urbanas leva à substituição de áreas naturais por concreto e asfalto, que não absorvem a água da chuva como o solo faria naturalmente.

Além disso, problemas como sistemas de drenagem insuficientes, lixo acumulado nos bueiros e mudanças climáticas intensificam ainda mais essa situação.

Outro fator agravante é o desmatamento em regiões próximas às cidades. A vegetação tem um papel fundamental na retenção da água da chuva, evitando que grandes volumes escoem rapidamente para áreas urbanas. Sem essa proteção natural, a água chega às cidades de forma abrupta, sobrecarregando os sistemas de drenagem e aumentando o risco de inundações.

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Impactos das inundações para a cidade

As inundações representam um problema grave para a infraestrutura urbana. Ruas alagadas dificultam a mobilidade, podendo paralisar o transporte público e o tráfego de veículos. Além disso, a água acumulada pode danificar asfalto, calçadas, pontes e construções, gerando altos custos para reparos e manutenção.

Outro impacto significativo é a contaminação da água e do solo. Durante as inundações, resíduos químicos, lixo e esgoto podem se misturar com a água acumulada, tornando-a extremamente poluída. Isso não só compromete o meio ambiente, mas também representa sérios riscos para a saúde pública.

Carros engolidos por enchente em Rio Grande do Sul que poderiam ir para leilão
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Consequências para os cidadãos

Para a população, as inundações nas cidades trazem prejuízos financeiros, sociais e de saúde. Casas e comércios podem ser invadidos pela água, causando perdas materiais irreparáveis. Muitas vezes, famílias inteiras precisam deixar suas residências devido ao risco de desmoronamento ou contaminação da água.

Além das perdas materiais, as inundações podem provocar doenças, como leptospirose, dengue e infecções respiratórias. A presença de água parada favorece a proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças, tornando a situação ainda mais preocupante.

Problemas para animais e moradores de rua

Os animais de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade são os mais afetados pelas inundações. Sem um abrigo adequado, eles ficam expostos ao frio, à fome e às doenças transmitidas pela água contaminada. Muitos animais acabam morrendo afogados ou adoecendo após o contato com substâncias tóxicas presentes na água das inundações.

Para a população em situação de rua, a falta de locais seguros para se proteger pode ser fatal. Abrigos superlotados e a dificuldade de acesso a cuidados médicos agravam ainda mais o impacto desse fenômeno para essas pessoas.

Quem paga pelos danos causados pelas inundações nas cidades?

Os prejuízos financeiros causados por inundações podem ser gigantescos, tanto para o setor público quanto para os cidadãos. Em muitos casos, os custos com reparos de infraestruturas, reconstrução de casas e indenizações são arcados pelos governos municipais, estaduais e federais. No entanto, esses recursos nem sempre são suficientes para cobrir todos os danos.

Os seguros residenciais e comerciais podem ajudar a minimizar as perdas, mas nem todas as pessoas possuem acesso a esse tipo de serviço. Em algumas situações, programas de assistência governamental podem ser acionados para ajudar vítimas de enchentes e inundações, mas a burocracia pode dificultar esse processo.

imagem mostra dois carros passando por uma enchente
Carros pegos por uma enchente (Reprodução: Sveta K/Pexels)

Como prevenir inundações e de quem é a responsabilidade?

A prevenção de inundações exige ações coordenadas entre governos, empresas e a população. Algumas medidas essenciais incluem:

  • Melhoria do sistema de drenagem urbana: manutenção e ampliação das redes de escoamento pluvial para garantir que a água da chuva tenha um destino adequado.
  • Preservação de áreas verdes e mananciais: proteger e restaurar vegetações próximas às cidades para absorver melhor a água da chuva.
  • Redução da impermeabilização do solo: investir em soluções como pavimentos permeáveis e telhados verdes.
  • Campanhas de conscientização: incentivar a população a evitar o descarte irregular de lixo, que entope bueiros e agrava as inundações.
  • Fiscalização e planejamento urbano eficiente: políticas públicas devem garantir que novas construções sigam normas de sustentabilidade e drenagem eficiente.

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