Por quantos anos um humano pode viver? Entenda os limites da idade

Até o momento, a imortalidade é uma experiência impossível para os humanos, mas os avanços do campo da longevidade têm prolongado cada vez mais os anos de vida saudáveis da maior parte da população. Em tese, a expectativa de vida humana tem um teto, e este limite máximo deve variar entre 120 e 150 anos.

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Ciência anti-idade: dá para impedir, atrasar ou melhorar o envelhecimento? Idade cronológica X idade biológica: qual a diferença?

O valor teórico está ligado ao esgotamento físico do corpo humano. Sim, o organismo é finito. Já existe pelo menos uma pessoa que chegou até essa faixa etária incrivelmente incomum. Foi a francesa Jeanne Louise Calment, que conseguiu completar 122 anos de vida. 

Limite máximo da vida humana

É verdade que o limite máximo da vida humana já variou ao longo da história. No século XVIII (entre 1701 e 1800), o consenso científico era de que uma pessoa poderia viver no máximo até os 100 anos, se conseguisse se manter livre de doenças e de acidentes. Os centenários eram muito raros naquele momento. 

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Com os avanços da vida moderna, como água encanada, melhora da dieta, saneamento básico, bons hábitos de higiene e avanços na medicina, a régua da expectativa subiu. Já é possível encontrar mais centenários, sem gigantescos esforços. O que é verdadeiramente raro é ultrapassar os 120 anos.

É possível chegar até os 150 anos?

Apesar do prolongamento da vida, há a ideia de que os humanos não podem viver para sempre. Em outras palavras, há um limite, que foi calculado por uma equipe internacional de cientistas, incluindo membros dos Estados Unidos, da Rússia e de Singapura, em 2021.

O limite máximo que um humano pode viver está na faixa dos 120 a 150 anos, segundo estudo internacional sobre expectativa de vida (Imagem: Seventyfourimages/Envato)

Publicado na revista Nature Communications, o estudo se concentrou na análise de padrões de envelhecimento e investigou amostras de sangue e a frequência de atividades físicas entre os mais velhos. Assim, descobriram a importância da resiliência para determinar o quanto alguém consegue viver.

Aqui, é possível definir resiliência como a capacidade do corpo em se recuperar de situações estressantes, incluindo doenças ou acidentes. O problema é que, com o passar dos anos, essa capacidade vai diminuindo, o que está conectado com a hora da partida.

Com base nesse conceito, o grupo de especialistas no campo da longevidade entende que o limite absoluto da vida deve ser entre 120 e 150 anos, quando a capacidade de resiliência cai para níveis preocupantes.

“A resiliência seria finalmente perdida ao chegar no ponto crítico na faixa de idade entre 120–150 anos, indicando, portanto, o limite absoluto da expectativa de vida humana”, afirmam os autores, no artigo.

Quantos anos viveu a pessoa mais velha da história?

Conforme adiantamos, o título de pessoa mais velha já registrada é da francesa Jeanne (21 de fevereiro – 4 de agosto de 1997). Segundo o Guinness World Records, a supercentenária viveu 122 anos e 164 dias.

Entre as pessoas (vivas) que estão há mais tempo no planeta Terra e se aproximam dos limites da longevidade humana, destacam-se: 

Tomiko Itooka, japonesa que nasceu no dia 23 de maio de 1908, com mais de 116 anos de vida. É a mulher viva mais velha, como indica o Guinness;
João Marinho Neto, brasileiro que nasceu no dia 5 de outubro de 1912, com mais de 112 anos. É o homem vivo mais velho. 

Enquanto existem casos fora da curva em termos de longevidade, a expectativa de vida média no Brasil é de 76,4 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando se analisa o sexo, a expectativa dos homens brasileiros cai para 73,1 anos. Já a das mulheres sobe para 79,7 anos de vida ao nascer.

Mesmo que o valor seja baixo comparado aos supercentenários e ao limite teórico do tempo de vida possível para os humanos, é preciso lembrar que, nos anos de 1940, a expectativa média ao nascer era de apenas 45,5 anos. A esperança de vida não chegava nem aos 60 anos. Então, é um salto gigantesco quando se olha para a mesma estimativa 80 anos depois. No futuro, outras surpresas poderão surgir.

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