População mundial pode ser muito maior do que imaginávamos
Na última terça-feira (18), um estudo publicado na revista Nature Communications sugeriu que a população mundial pode ser significativamente maior do que os 8,2 bilhões estimados atualmente. Os pesquisadores descobriram que as populações rurais são sistematicamente subestimadas, o que pode impactar profundamente o planejamento de serviços públicos e a distribuição de recursos globais.
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O estudo analisou 307 projetos de barragens em 35 países, incluindo China, Brasil e Austrália. A metodologia consistiu em comparar os dados de reassentamento humano reportados nesses projetos com cinco grandes conjuntos de dados populacionais.
O resultado: a população rural foi subestimada em até 84% em algumas regiões, com uma média de erro de 53%.
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Essas discrepâncias levantam sérias preocupações. As estatísticas populacionais são fundamentais para a alocação de recursos, planejamento de infraestrutura, prevenção de desastres e formulação de políticas públicas.

Em 2022, uma estimativa mostrou que já somos oito bilhões na Terra. Mas se os números atuais forem realmente conservadores, milhões (ou até bilhões) de pessoas podem estar fora das projeções utilizadas por governos e organizações internacionais.
A população rural é, mesmo no conjunto de dados mais preciso, subestimada pela metade em comparação aos números relatados. Para garantir acesso equitativo a serviços e recursos para comunidades rurais, as aplicações passadas e futuras dos conjuntos de dados devem passar por uma discussão crítica à luz dos vieses identificados. Melhorias na precisão dos conjuntos de dados em áreas rurais podem ser alcançadas por meio de censos populacionais fortalecidos, contagens populacionais alternativas e uma calibração mais equilibrada de modelos populacionais.
Estudo polêmico
Apesar dos achados alarmantes, nem todos os especialistas concordam com as conclusões da equipe finlandesa. Um dos argumentos é que os erros na distribuição das populações dentro dos países não necessariamente indicam um erro nas estimativas nacionais e globais.
Outro ponto levantado pelos críticos é a concentração dos dados na China e em outros países asiáticos, que podem não refletir a realidade global.
Apesar das divergências em torno do estudo da Nature Communications, há um consenso entre os pesquisadores sobre a necessidade de melhorar a coleta de dados em regiões rurais. Investimentos em censos mais abrangentes e modelos populacionais mais equilibrados são essenciais para garantir que nenhuma população fique invisível nas estatísticas globais.
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