Pistas de buracos negros primordiais podem estar aqui mesmo, em nosso planeta
Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, sugere que as pistas deixadas por buracos negros primordiais podem estar mais perto do que pensávamos. Segundo a nova publicação na revista Physics of the Dark Universe, as assinaturas destes objetos podem estar presentes tanto em grandes planetoides no espaço como em túneis microscópicos em materiais comuns na Terra, como rochas e metal.
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A proposta é importante porque os cientistas suspeitam que, embora as condições do universo primordial sejam caóticas, elas talvez permitissem que buracos negros pequenos se formassem bem antes das primeiras estrelas — o que é contraditório, afinal, a “receita” para a formação de um buraco negro costuma exigir que uma estrela massiva esgote suas reservas de combustível, acabando colapsada sobre si própria.
Por isso, os buracos negros primordiais poderiam ser feitos da misteriosa matéria escura, que é invisível e compõe mais de 80% da massa do universo. O problema é que, até agora, nenhum deles foi observado — e os autores propõem uma forma de mudar isso. A ideia é que o buraco negro primordial que estivesse preso em um grande objeto rochoso iria consumir seu núcleo líquido, deixando um espaço vazio ali.
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Buracos negros primordiais devem existir, mas ainda não foram observados (Imagem: Reprodução/NASA’s Goddard Space Flight Center, Jeremy Schnittman)
Já buracos negros primordiais mais “vorazes” poderiam conduzir este processo em materiais sólidos (inclusive na Terra) e deixariam para trás túneis grandes o suficiente para serem detectados por microscópios. “As chances de encontrar estas assinaturas são pequenas, mas procurar por elas não iria exigir muitos recursos e o possível retorno, a primeira evidência, seria imensa”, finalizou.
Para isso, eles calcularam o tamanho que um planetoide precisaria ter para não colapsar sobre si próprio, bem como a probabilidade de um buraco negro primordial passar por um objeto na Terra. Eles descobriram que objetos sem núcleo líquido poderiam ser atravessados facilmente por buracos negros primordiais, que deixariam para trás um túnel reto.
Por outro lado, um grande pedaço de metal ou de algum outro material poderia passar a ter túneis repentinamente, revelando a presença destes buracos negros. Mas, para Stojovic, as chances de encontrar os buracos negros são maiores se as análises forem conduzidas em estruturas bem antigas, como construções históricas e rochas com bilhões de anos.
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