Pedra de quase 2.000 anos detalha impressionante organização romana
Foi escavada, em um sítio arqueológico do norte de Israel, uma pedra de fronteira da Tetrarquia Romana — reutilizada como marcação de um túmulo posteriormente —, revelando detalhes sobre a organização da região após as reformas nos impostos feitas pelo imperador Diocleciano.
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O artefato, que tem 101 cm de altura e 48 cm de largura, foi encontrado em 2022 por pesquisadores da Universidade Hebraica no sítio bíblico de Abel Beth Maacah, atualmente na cidade de Abil El-Quameh. Pedras como essa marcaram o novo censo e registro de posse de terras instituído pelos imperadores Diocleciano e Maximiano entre 296 e 297 d.C., no final do século III.
Organização romana na Tetrarquia
O objeto histórico faz parte de uma época conturbada da história romana, quando Diocleciano instituiu a Tetrarquia, uma forma de governo que dividiu o império entre quatro monarcas: os Augustos Maximiano e Diocleciano e os Césares Constâncio e Galério. Na pedra, lê-se que todos eles ordenam a marcação de fronteira entre duas vilas, bem como o nome do censor responsável pelo local.
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Escultura da Tetrarquia em pórfiro de Constantinopla — dividindo o Império entre quatro monarcas, Diocleciano também fez uma pesada reforma tributária (Imagem: Nino Barbieri/Domínio Público)
A reforma administrativa e tributária de Diocleciano aumentou os impostos imperiais e instituiu novas taxações, como por exemplo a responsabilidade de pagar impostos por terras improdutivas e abandonadas em vilas demarcadas, dividindo a obrigação entre os habitantes restantes. Isso pode, segundo os pesquisadores, ter causado abandono de terras em locais mais remotos do império romano.
Como a inscrição foi feita em basalto, ela resistiu muito bem ao tempo, sendo a pedra até mesmo reutilizada para um túmulo no período Mameluco da província da Palestina. Na região do Vale de Hula, já foram encontradas 20 pedras semelhantes, um número que indica o controle de terras por grupos pequenos de fazendeiros independentes.
Fontes judaicas locais indicam que a reforma gerou incômodo entre a população, mas detalhes do que o evento teria causado não são conhecidos. Um aspecto interessantes é que a pedra traz a primeira citação da história do censor da região, Basilikos, de nome até então desconhecido. Detalhes sobre o achado foram publicados no periódico científico Palestine Exploration Quarterly.
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