ONU propõe taxas sobre mineração de cripto para compensar impacto climático
A ONU está estudando uma proposta para começar a taxar o gasto de energia usada na mineração de criptmoedas, a fim de balancear o impacto ambiental da prática. Em conferência recente no Azerbaijão, para debater mudanças climáticas, foi emitido um relatório que defende a importância dessas taxas.
Citando um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), o relatório da ONU aponta que o imposto de US$ 0,045 por kWh usado para minerar já poderia ser suficiente para corrigir o impacto ambiental. Estimativas da instituição Global Solidarity Levies Task Force simulam que essa taxa poderia gerar US$ 5,2 bilhões em renda anual ao redor do mundo.
Fonte: ONU
Essa renda seria revertida, então, para investimentos em energia limpa e outras iniciativas de proteção ao meio ambiente. Mas não só isso, a ideia do imposto é incentivar que grandes fazendas mineradoras busquem formas mais limpas de minerar criptomoedas.
“A ideia fundamental dessa correção é aumentar o custo de poluição para que os emissores internalizem o custo que eles impõem aos outros”, declarou Shafik Hebous, principal autor do estudo do FMI citado pelo relatório da ONU.
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Segundo pesquisa da Universidade de Cambridge, a mineração mundial de criptomoedas tem um gasto de energia estimado em 181,5TWh por ano. Isso é mais do que os gastos anuais da Polônia ou do Egito.
Relatório da ONU ainda está em seus primeiros passos
Existem muitas questões práticas importantes que o relatório da ONU para taxar mineração de cripto ainda não responde. Como seria sua interação com as leis de cada país, como o dinheiro seria coletado e distribuído são algumas delas. Espera-se que alguns países sejam contrários às taxas, em especial a nova administração dos EUA, o maior minerador de criptomoedas do mundo.
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O grupo responsável pela iniciativa pretende prepara propostas mais concretas para debater em abril do ano que vem, durante reuniões internacionais do FMI e do Banco Mundial. A ideia é conseguir um documento finalizado para conquistar apoio durante o período.
Por fim, o plano é apresentar uma proposta para a efetiva implementação das taxas na próxima grande cúpula para o clima da ONU. Curiosamente, este evento acontecerá aqui no Brasil, em novembro de 2025.
Fonte: The Verge