O que a tecnologia tem feito por nossos bebês?
Dispositivos, como Snoo, Nanit e Hatch Rest, frequentemente, figuram em listas de itens essenciais para bebês. No entanto, o jornalista Brian X. Chen, do The New York Times, ao se preparar para a chegada de seu primeiro filho, descobriu que nem sempre os produtos mais bem avaliados são os que melhor atendem às necessidades de cada família.
No último outono estadunidense, enquanto ele e sua esposa aguardam a chegada do bebê, elaborou uma lista de equipamentos tecnológicos infantis.
A princípio, o jornalista pensava que, por conta de seus critérios e por ter testado inúmeros produtos, conseguiria selecionar apenas o que realmente fosse o melhor. Contudo, após o nascimento de seu bebê, entendeu que o que funcionou para outros pais não seria, necessariamente, o ideal para eles.
Por exemplo, escolheu um carrinho de bebê altamente recomendado, mas, logo, Chen e a esposa perceberam que as rodas não eram adequadas para as ruas esburacadas do bairro.

Um aquecedor eletrônico para mamadeiras, elogiado em diversos fóruns na internet, demorava demais para aquecer o leite, o que se mostrava problema para o recém-nascido. E o tão comentado Snoo – berço robótico que custa cerca de US$ 1,7 mil (R$ 9,63 mil, na conversão direta) e tem uma legião de admiradores – não conseguiu acalmar o bebê deles, que chorava ainda mais quando o aparelho entrava em ação.
Com o passar dos meses e após incontáveis noites sem dormir, chegaram à conclusão de que a solução estava em mudar a abordagem. Em vez de seguir listas prontas de produtos “essenciais”, passaram a analisar os desafios específicos que enfrentavam como pais de primeira viagem e buscar alternativas que, realmente, resolvessem seus problemas.
Verdadeiro aliado: conhecimento
- Entre as diversas tentativas, a ferramenta que mais fez diferença foi um e-book adquirido por US$ 14 (R$ 79,31, na conversão direta), escrito por um pediatra, que abordava a psicologia infantil e o sono dos bebês;
- Ao aplicar as técnicas recomendadas no livro, eles entenderam melhor os sinais do bebê deles, de três meses, e passaram a antecipar suas necessidades de descanso;
- Em poucas semanas, o pequeno passou a tirar sonecas regulares e a dormir melhor durante a noite;
- Essa experiência demonstrou que o conhecimento pode ser mais eficaz – e muito mais econômico – do que aparelhos sofisticados.
Outro recurso indispensável para eles foram os aplicativos para smartphones. Em meio à privação de sono, a comunicação entre os pais melhorou consideravelmente com o uso de aplicativos gratuitos, como o Huckleberry, que permite registrar informações sobre as horas de mamar, as trocas de fralda e a duração do sono.
Essas anotações não só os ajudaram a coordenar os turnos de cuidado, mas, também, serviram de base para conversas com o pediatra.
Complementando, o aplicativo de marcos do desenvolvimento do CDC também foi útil para acompanhar as etapas esperadas para a idade do bebê, como, por exemplo, quando ele começaria a engatinhar.
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Produtos para bebês com função única e suas reais necessidades
Muitos dos dispositivos populares para bebês atendem a uma única função. O Hatch Rest, por exemplo, é um abajur noturno que emite ruído branco e muda de cor via aplicativo – presente em diversas listas de “itens indispensáveis”.
Outro exemplo é o Nanit Pro, webcam sofisticada que alerta os pais sobre movimentos e sons do bebê, e o aquecedor eletrônico de mamadeiras da Philips Avent, que aquece o leite em poucos minutos. Todos esses itens foram recebidos como presentes no enxoval de Chen e sua esposa.
Apesar de suas funcionalidades, eles logo perceberam que muitos desses produtos eram substituíveis por outros recursos que já existiam na casa. A webcam Nanit, embora possuísse recursos avançados, exigia instalação complicada que não se adaptava à disposição do quarto. A função de monitoramento podia ser feita por uma câmera de segurança comum, que custava cerca de US$ 100 (R$ 566,51).
Quanto ao abajur, eles descobriram que o bebê dormia melhor em completo escuro – utilizando apenas a função de ruído branco, que, também, podia ser reproduzida em um tablet ou smartphone durante as viagens. E o aquecedor de mamadeiras foi substituído pela prática de usar uma caneca de café com água quente da torneira, que se mostrava muito mais rápida.

Conclusão?
Nada do que foi testado garantiu o sucesso universal. Cada bebê possui suas particularidades e o que é considerado “o melhor” pode variar de família para família.
A lição que eles tiraram dessa experiência foi simples: é fundamental conhecer seu próprio filho e suas necessidades antes de se apegar a listas prontas e recomendações genéricas.
Em última análise, o conhecimento, aliado à observação atenta, foi o que realmente fez a diferença na rotina deles de pais de primeira viagem.
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