O 5G mudou mesmo nossa vida? Veja o que a tecnologia realmente entregou
Três anos após a inauguração do 5G, testes mostram que o Brasil está entre os países com maior velocidade de internet móvel do mundo. A tecnologia já está estabelecida em todas as nossas grandes cidades desde 2022, mas ela prometia, na época, uma verdadeira revolução de conectividade. Por isso, o Canaltech decidiu averiguar, em 2025, quais benefícios o 5G realmente promoveu na vida do brasileiro médio.
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“As aplicações com mudanças imediatas são aquelas que já usamos, e que serão muito mais rápidas. Por exemplo, o acesso móvel a conteúdo pesado, como filmes ou séries, será quase instantâneo. A qualidade das videochamadas também ficam muito melhores.” (Canaltech, em texto de 2022)
💬 Entre no WhatsApp do Canaltech para conferir as notícias mais recentes 5G melhora experiência em aplicações mais pesadas (Imagem: Frederik Lipfert/Unsplash)
Em pesquisa realizada nas redes sociais do Canaltech, com a participação de 3,2 mil pessoas, 85% das respostas apontaram que a chegada do 5G provocou pouca ou nenhuma mudança no consumo de dados móveis. Ou seja, não foram notadas grandes diferenças dentro de tarefas mais simples, como o envio de mensagens ou navegação por apps como Facebook, Twitter e WhatsApp.
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Contudo, as melhorias foram sentidas de outras formas, como na possibilidade de contratar pacotes maiores de internet por preços mais baixos. É o que afirmou o internauta Isaac Moreira:
“Diria que melhorou na questão do consumo de dados, pois agora os planos conseguem comportar mais GB de internet por menor preço. Assistir YouTube com os dados móveis, por exemplo, não se torna um problema. Mas, para mudar de verdade, acho que deveria já começar a ter planos ilimitados, como se fosse Wi-Fi, porque já era hora”.
Além disso, o inscrito Cristiano Ferreira notou algumas diferenças com a evolução da tecnologia:
“A única coisa que mudou no meu caso com o uso do 5G é mais estabilidade ao consumir vídeos, em especial, eventos ao vivo como futebol. No mais, fiquei na mesma, já que tirando a parte de vídeos, não tenho um consumo grande de internet no celular”.
Aplicações industriais dependem de 4G e 5G
Mesmo que o 5G já esteja consolidado em várias cidades brasileiras, muitas aplicações industriais ainda dependem do 4G. Segundo Paulo Humberto Gouveia, diretor de Corporate Solutions da TIM, as soluções aplicadas dependem da demanda de mercado, e o 4G pode ser mais adequado para áreas de grandes extensões.
“É uma questão de frequência, não de tecnologia. No Brasil, o 4G utilizava uma frequência de 700 MHz, que é capaz de cobrir uma área muito maior, e atende ao agronegócio, por exemplo”.
Essa demanda de conectar o agronegócio, inclusive, era uma das grandes vantagens que o 5G prometia na época em que estava sendo implementado ao redor do mundo.
5G tem influência direta na produtividade (Imagem: Pablo Le Roy/Mcom)
Outro segmento que utiliza o 4G, destaca Gouveia, é o de rodovias. O executivo ressaltou que as concessões atuais têm a exigência de conectividade com os usuários, e a opção pelo 4G se mostrou melhor, pois já carrega uma maior adaptação com o público.
Por sua vez, o 5G é capaz de entregar altas velocidades e baixas latências em uma proporção inédita, não vista em qualquer tipo de tecnologia com ou sem fio — na prática, isso leva a um aumento de produtividade da indústria, entre outros setores que se beneficiam.
Dessa forma, o 5G também tem aplicações atuais em grandes projetos no Brasil. É o caso do Porto de Santos, no litoral de SP, onde a atualização da conectividade foi capaz de reduzir o tempo de transporte de contêineres de 24 para 16 horas:
“Antes, eles usavam tecnologia Wi-Fi, que precisava de mais de 60 pontos de acesso para cobrir toda a área. Qualquer problema demandava a intervenção de um técnico e a paralisação do serviço. O 5G permitiu a implantação de apenas oito pontos, todos apontando de fora para dentro da operação. A velocidade passou de 10 Mbps para 600 Mbps”.
Veja abaixo outras implementações do 5G no Brasil:
Fábrica de chocolate: na planta da Nestlé, em Caçapava (SP), redes 5G privadas da Claro/Embratel permitem a utilização de óculos de realidade virtual e aumentada para treinamentos. A ampliação do sinal ainda aumentará a utilização de robôs autônomos, veículos autoguiados e sistemas que usam inteligência artificial (IA);
Banco do Brasil: redes 5G agilizam o fluxo de atendimento do banco, além de acelerar aplicações como a confecção de cartões bancários com layouts personalizados. A conectividade também ajuda na segurança das agências, e aparece até mesmo em totens de jogos interativos;
Indústria 4.0: na Gerdau, empresa brasileira de produção de aço, o 5G acelera a implementação de conceitos da Indústria 4.0, com automatização, rastreabilidade e segurança nos processos.
Futuro promete melhorias mais amplas
Em relação ao futuro da tecnologia 5G no Brasil, Gouveia aponta que as mudanças também podem ser vistas em aplicações para o consumidor. Segundo ele, a velocidade crescente das conexões tende a trazer melhorias para os games, por exemplo, com planos específicos para isso.
Já no uso industrial, as perspectivas também são positivas:
“O que a tecnologia vai fazer é nos deixar habilitados para este futuro próximo. Precisamos estar preparados no sentido de capacidade: até então, as telecomunicações eram vistas como uma atividade corporativa, mas é hora de estar cada vez mais dentro dos processos produtivos das empresas. E isso muda tudo.”, completa ele.
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