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NVIDIA planeja investir centenas de bilhões em chips Blackwell e posteriores fabricados nos EUA

A NVIDIA anunciou planos ambiciosos para fortalecer sua presença industrial nos Estados Unidos, com investimentos estimados em centenas de bilhões de dólares ao longo dos próximos quatro anos.

O CEO da companhia, Jensen Huang, confirmou durante a conferência GTC 2025 no último dia 18 que os sistemas Blackwell já estão sendo produzidos em solo americano, cravando uma mudança relevante na cadeia de produção da gigante dos semicondutores.

Produção já ativa em fábrica da TSMC no Arizona

Durante uma coletiva de imprensa na GTC, Huang afirmou que a empresa está, de fato, com produção ativa de chips em território norte-americano. “Já estamos com Silício de produção em funcionamento no Arizona”, disse o executivo à Reuters, referindo-se à fábrica Fab 21 da TSMC, localizada no estado.

A expressão “Silício de produção” indica que os chips não são protótipos, mas sim unidades reais sendo manufaturadas — embora o volume ainda não tenha sido divulgado.

Meta de investimento: até meio trilhão de dólares

Segundo o Financial Times, Huang revelou que, no total, a NVIDIA deve injetar cerca de US$ 500 bilhões em eletrônicos nos próximos quatro anos, sendo uma parcela significativa dessa quantia destinada a componentes fabricados nos Estados Unidos.

Podemos facilmente visualizar a fabricação de várias centenas de bilhões aqui no país

Jensen Huang, CEO da NVIDIA

Divulgação/NVIDIA

Demanda crescente por GPUs e chips de grande porte

Mesmo com a queda nas vendas de GPUs para consumidores finais, a NVIDIA vê um crescimento contínuo no setor de Data Centers devido ao boom da inteligência artificial.

Os chips, geralmente maiores e mais complexos, exigem áreas maiores de silício e são vendidos a preços significativamente mais altos. Esse movimento ajuda a justificar o volume expressivo de investimentos em novas fábricas e fornecimento local.

E apesar da maior parte de seus chips ser atualmente fabricada pela TSMC, a NVIDIA também utiliza componentes de uma ampla gama de fornecedores. CPUs da AMD e Intel, memórias GDDR e HBM da Micron, Samsung e SK hynix, além de diversos controladores e dispositivos analógicos de empresas como Analog Devices e Texas Instruments, fazem parte de seus produtos finais.

As companhias, por sua vez, estão expandindo suas operações nos EUA. A Micron, por exemplo, deve inaugurar sua nova fábrica em 2027. Já a SK hynix prevê o início da produção em 2028, enquanto a TI tem planos para começar a operar sua unidade SM1 já em 2025.

Divulgação/NVIDIA

Integração com servidores de próxima geração

A NVIDIA também pretende integrar CPUs de nova geração da AMD e Intel em seus servidores baseados em arquitetura x86, os quais poderão ser produzidos tanto nas instalações da Intel quanto da TSMC no Arizona. Isso só reforça ainda mais a tendência de nacionalização da produção de semicondutores.

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Autossuficiência estratégica

A mudança no eixo de produção tem motivações estratégicas claras: reduzir a dependência da manufatura asiática — especialmente de Taiwan — diante de possíveis tensões geopolíticas e tarifas comerciais sob uma nova administração Trump.

A aproximação com a produção nacional também pode facilitar a logística, assegurar maior controle sobre a cadeia de suprimentos e fortalecer alianças políticas e econômicas com o governo dos EUA.

Fonte: Reuters e Financial Times

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