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Nos próximos dez anos, tempestades severas em SP e RJ aumentarão em até 30%

Uma análise do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que as cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) podem registrar acréscimo de 20% a 30% na frequência de tempestades severas entre 2025 e 2034, com base em dados climáticos dos últimos dez anos.

O responsável pela avaliação, Osmar Pinto Junior, integrante do grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, explicou que uma tempestade severa é caracterizada por intensa atividade de raios e ventos fortes, fatores capazes de causar danos significativos à infraestrutura urbana.

São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) são muito afetadas (Imagem: Cristi Mitu/Shutterstock)

O que a pesquisa sobre tempestades em RJ e SP já detectou

Entre os sinais já observados, os pesquisadores destacaram o aumento na incidência de raios na capital paulista durante o último mês de janeiro;

Segundo eles, essa mudança pode estar relacionada às alterações climáticas e à intensificação do fenômeno El Niño, que, ao aquecer as águas do Oceano Pacífico, exerce impacto global sobre o clima;

Os dados revelam que, em tempestade considerada normal, ocorrem, em média, 100 descargas atmosféricas, enquanto eventos severos podem ultrapassar a marca de mil raios, acompanhados de ventos que chegam a mais de 70 km/h;

Essas métricas, extraídas dos registros dos últimos dez anos no Brasil, demonstram a influência das condições meteorológicas na formação de fenômenos extremos.

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Para a simulação, foram empregados nove modelos matemáticos, os quais, mesmo considerando margens de erro, apontam para tendência de aumento na ocorrência de tempestades severas.

Esses eventos correspondem a cerca de 1% do total das chuvas no País, que chega a aproximadamente cinco mil ocorrências, enquanto o Brasil se destaca globalmente com até 500 mil episódios de chuvas intensas por ano.

Além dos riscos meteorológicos, as tempestades têm consequências diretas na população e na economia. Incidentes com raios resultam, em média, em 100 mortes anuais, e os ventos fortes causam prejuízos que podem atingir R$ 1 bilhão por ano, afetando especialmente os setores elétrico, industrial e das telecomunicações.

No cenário nacional, as capitais Manaus (AM) e São Paulo (SP) lideram o ranking de fatalidades por raios, registrando 30 mortes cada na última década, enquanto o Rio de Janeiro (RJ) contabilizou dez.

Manaus (AM) e São Paulo (SP) lideram o ranking de fatalidades por raios (Imagem: Tan_supa/Shutterstock)

Em São Paulo (SP), o elevado número de vítimas está relacionado à alta densidade populacional; já em Manaus (AM), fatores, como o deslocamento intenso e as atividades ao ar livre, contribuem para os números registrados.

O estudo também ressalta tendência de aumento das temperaturas nas áreas urbanas, agravada pela substituição do solo e da vegetação pelo asfalto e pelas construções, intensificando os efeitos das mudanças climáticas na região.

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