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NIGHTWISH E A TEORIA DA EVOLUÇÃO

Nightwish e a trilogia evolucionista

Nightwish é uma banda finlandesa de metal sinfônico formada em 1996 na cidade de Kitee pelo tecladista e compositor Tuomas Holopainen. Tuomas originalmente aspirava ser biólogo, e isso possivelmente influenciou a temática central dos três últimos álbuns do Nightwish: a Teoria da Evolução. A “trilogia evolucionista” do Nightwish é formada pelos álbuns: “Endless Forms Most Beautiful” (2015), “Human. :||: Nature.” (2020) e “Yesterwynde” (2024).

Endless Forms Most Beautiful

Endless Forms Most Beautiful (2015) é o oitavo álbum de estúdio do Nightwish. O álbum, segundo Tuomas, é um tributo à ciência e ao poder da razão” e foi inspirado principalmente pelo trabalho de Charles Darwin (1809-1882). A inspiração veio mais especificamente de uma citação do seu livro A Origem das Espécies (1859):

“Há grandeza nessa visão da vida, com seus vários poderes, ter sido originalmente soprada em poucas formas ou em uma; e que, ao passo que este planeta tenha girado de acordo com a lei fixa da gravidade, de um início tão simples formas infinitas mais belas (endless forms most beautiful) e mais maravilhosas foram e continuam sendo evoluídas.”

Endless Forms Most Beautiful conta com a participação do biólogo Richard Dawkins em duas músicas: “Shudder Before the Beautiful” e “The Greatest Show on Earth”. Esta última tendo o nome de um de seus livros. Dawkins também participou ao vivo do show que a banda fez na Wembley Arena de Londres em 2015.

                Além das músicas mencionadas acima, destaque também para a música Our Decades in the Sun. Extraído de uma citação de Richard Dawkins: “As chances de cada um de nós vir a existir são infinitesimalmente pequenas e, mesmo que todos nós morramos um dia, devemos nos considerar incrivelmente sortudos por termos nossas décadas ao sol (our decades in the sun).”

Human. :II: Nature

O álbum Human. :II: Nature (2020) é o nono álbum de estúdio do Nightwish. Em 2020 o Nightwish se tornou a primeira banda a receber permissão para fazer uma sessão de fotos no Museu de História Natural de Londres. Esse álbum é composto de duas partes: a primeira é a parte humana, e a segunda é a parte da natureza.

A primeira parte aborda a evolução humana. Começa perfeitamente com a música chamada simplesmente de Music, onde é mostrado como o ser humano “domou” a música, que já se encontrava presente na natureza.

Nightwish no Museu de História Natural de Londres

Destaque também para a música Shoemaker. Esta música foi inspirada no geólogo Eugene Shoemaker (1928-1997). Ele era um cientista que iria participar da missão Apollo à Lua, mas foi desclassificado devido à doença de Addington. Mas ele ajudou com a ciência espacial e, após falecer, suas cinzas foram espalhadas na Lua pela sonda espacial Lunar Prospector. Suas cinzas foram espalhadas no polo sul lunar, na cratera Shoemaker, que recebeu seu nome. Há também uma citação de Romeu e Julieta que é lida na música e estava na urna de Shoemaker. Esta música é sobre um homem que queria ir às estrelas e, no final, ele foi.

                A segunda parte aborda a natureza, e para refletir isso, ela é quase toda instrumental, contendo vocais apenas na primeira e última música.

A música de abertura dessa segunda parte, All the Works Which Adorn the World: Vista, começa com uma citação de Byron: “Há um prazer nas florestas sem trilhas/Há um êxtase na praia solitária/Há sociedade, onde ninguém se intromete/à beira do mar profundo, e a música em seu rugido: Eu não amo menos o homem, mas mais a natureza.”

Destaque também para a música All Works Which Adorn the World: Anthropocene (including “Hurrian Hymn to Nikkal”). O “Hino Hurriano para Nikkal” é a canção mais antiga conhecida a ser registrada por escrito, datando de 3.200 anos atrás.

E finalmente a última música, All Works Which Adorn the World: Ad Astra, que termina com a belíssima citação de Carl Sagan em Pálido Ponto Azul: “Olhe novamente para aquele ponto. É aqui. É o nosso lar. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos de quem você já ouviu falar, todos os seres humanos que já existiram, viveram suas vidas. O conjunto de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, criança esperançosa, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada “superstar”, cada “líder supremo”, cada santo e pecador na história de nossa espécie viveram lá – em um grão de poeira suspenso em um raio de sol. É aqui. É o nosso lar. Somos nós.”

Yesterwynde

Yesterwynde (2024) é o décimo álbum de estúdio do Nightwish. O título do álbum é uma palavra cunhada pelo integrante da banda Troy Donockley, que Tuomas descreve como encapsulando os sentimentos de tempo, história, memória e a conexão com gerações passadas, que “todas tiveram suas vidas, seus altos e baixos, e não existem mais, exceto como átomos espalhados por todo o universo. E nós também estaremos nesse estado em breve.”

Segundo Tuomas: “O tema principal do álbum é o tempo, reconhecer sua própria mortalidade. Apesar de todas as coisas ruins, temos a chance, como espécie, de nos unirmos e sobrevivermos. Essa é a mensagem central e a essência do álbum.”

Destaque para a música Perfume of the Timeless. O clipe e a música retratam a linhagem ancestral da nossa existência, bem como a temporalidade. Fala sobre como os indivíduos são frutos do amor de milhões de pessoas das gerações passadas – avós, bisavós, trisavós etc. “Você é o resultado de uma cadeia ininterrupta de milhões de ancestrais e seus amores.”

Reserva ecológica

                Em 2020 o Nightwish firmou uma parceria com a World Land Trust (WLT), uma organização internacional de caridade para a conservação. Com a natureza no centro da música do Nightwish, eles se tornaram os mais novos Embaixadores do World Land Trust. Essa parceria ocorreu juntamente com o Grupo Ecológico Sierra Gorda (GESG), parceiro da WLT, estabelecendo uma nova área protegida na região de Sierra Gorda, no México. Essa área é agora oficialmente conhecida como Reserva Nightwish.

Espécies nomeadas em homenagem a banda e seus membros

                Quatro espécies de animais receberam nomes que homenageiam o Nightwish e seus membros: Sciophila holopaineni, Tmesisternus floorjansenae, Ophiomitrella floorae, Tanidromites nightwishorum.

Alpenglow Rockshelter

Nesse caso não se trata da descoberta de uma nova espécie, e sim de abrigo rochoso pré-histórico. Foi nomeado em homenagem a música Alpenglow. Foi descoberto na Pensilvânia, EUA, em 2020.

A evolução biológica como inspiração para a música do Nightwish

                Após ouvir a “trilogia evolucionista” do Nightwish fica evidente a capacidade de maravilhamento que a vida/natureza é capaz de gerar naquele disposto a observar (e ouvir!).

Veja mais em https://www.nightwish.com/

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