NetEase corta investimentos e ameaça futuro de estúdios japoneses
Esta semana, a NetEase chamou a atenção por, logo após demitir a equipe norte-americana que trabalhou em Marvel Rivals, anunciar que o jogo teve lucros e uma audiência-recorde. Segundo uma reportagem da Bloomberg, a situação evidencia a tendência da companhia de cortar investimentos fora da China e se focar em projetos de sucesso.
A matéria revela que o principal responsável pela situação é o bilionário William Ding, fundador da corporação. Enquanto em anos anteriores ele deixou o gerenciamento de estúdios e projetos nas mãos de seus funcionários, recentemente ele decidiu atuar de maneira mais próximas aos negócios.
Foto: Divulgação/NetEase
Assim, em vez de investir em projetos grandes e que exigem gastos com parceiros, como Marvel Rivals, ele decidiu apostar em títulos mais compactos e que tragam retornos imediatos. Sua influência também decretou que o foco da NetEase vai voltar a ser a China, o que coloca em risco seus estúdios nos Estados Unidos e Japão.
NetEase não pretende divulgar projetos feitos no Japão
Segundo a Bloomberg, a gerência mais ativa de Ding foi a responsável pelo fechamento dos estúdios Jar of Sparks, nos Estados Unidos, e Ouka, no Japão. A reportagem também revela que projetos liderados por figuras conhecidas como Toshihiro Nagoshi (Yakuza) e Suda51 (da Grasshoper) têm somente o tempo e o orçamento necessários para serem completados.
Foto: Divulgação/NetEase
Após esse período, a empresa não garante que vai fazer o marketing desses projetos, tampouco fornece a segurança de que vai financiar novos games. Entre os profissionais japoneses de destaque que foram atraídos pelas promessas de altos investimentos da NetEase nos últimos anos está Hiroyushi Kobayashi, produtor de Resident Evil que pode não ter a oportunidade de sequer entregar o jogo de estreia da GPTRACK50.
Questionado sobre o destino dos estúdios estrangeiros da corporação em uma reunião recente, Ding afirmou que vai continuar “dando suporte a estúdios de qualidade muito alta e criadores-mestres”. No entanto, ele não comentou sobre as possíveis restrições orçamentarias ou o foco maior que a empresa vai dar às suas atividades dentro da China.