NASA detecta erupção vulcânica mais poderosa de todo o Sistema Solar
Pesquisadores da missão Juno, da NASA, detectaram um ponto vulcânico gigantesco no hemisfério sul de Io, a lua mais vulcânica de Júpiter e de todo o Sistema Solar. Este “supervulcão” é maior que o Lago Superior, nos EUA, e libera uma energia seis vezes maior que a produzida por todas as usinas de energia do planeta Terra.
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A missão Juno, da NASA, descobriu um supervulcão em Io, a lua mais vulcânica do Sistema Solar;
Esse vulcão libera uma energia seis vezes maior que a produzida por todas as usinas da Terra;
A área detectada tem 100 mil km², superando o recorde anterior de Loki Patera, com 20 mil km²;
A erupção provavelmente vem de câmaras de magma subterrâneo, segundo os pesquisadores;
O próximo sobrevoo da Juno, em março, observará mudanças causadas pela atividade vulcânica.
Representação artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter. Crédito: NASA images – Shutterstock
A descoberta foi possível graças ao Mapeador Auroral Infravermelho Joviano (JIRAM), instrumento desenvolvido em parceria com a Agência Espacial Italiana. Em um comunicado da NASA, Scott Bolton, líder da missão e pesquisador do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, destacou a relevância da descoberta. “Este é o evento vulcânico mais intenso já registrado em Io, o que é impressionante, considerando que ela é o lugar mais vulcânico do Sistema Solar”.
Corpo mais vulcânico do Sistema Solar tem mais de 400 pontos de erupção contínua
Com tamanho semelhante ao da nossa Lua, Io orbita Júpiter a cada 42,5 horas em um percurso elíptico. Essa órbita irregular provoca variações na força gravitacional do gigante gasoso, que constantemente “esmaga” Io. Esse processo gera imenso calor interno, derretendo partes do núcleo da lua e criando mais de 400 vulcões que expelem lava e cinzas continuamente.
Projetado para analisar a atmosfera de Júpiter, o JIRAM também foi usado para estudar Io durante a missão estendida da espaçonave Juno. Em um sobrevoo realizado em 27 de dezembro, o instrumento captou um sinal infravermelho extremamente forte no hemisfério sul da lua. A área, ainda sem nome, abrange 100 mil km quadrados, superando o recorde anterior de Loki Patera, um lago de lava com 20 mil km quadrados presente no mesmo corpo celeste.
Imagens da lua Io capturadas de abril a dezembro de 2024 pela sonda Juno, da NASA, mostram mudanças significativas e visíveis (indicadas pelas setas) na superfície perto do polo sul da lua joviana. Crédito: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS Processamento de imagem por Jason Perry
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A energia liberada pelo ponto quente é colossal, estimada em mais de 80 trilhões de watts. Segundo Alessandro Mura, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, na Itália, os dados indicam que a erupção pode ter origem em um vasto sistema de câmaras de magma subterrâneo.
Imagens capturadas pela câmera JunoCam mostraram mudanças significativas na coloração da superfície ao redor do ponto quente, reforçando a ligação com a atividade vulcânica. Grandes erupções em Io frequentemente deixam marcas duradouras, como depósitos de rochas vulcânicas, fluxos de lava e plumas ricas em enxofre.
O próximo sobrevoo de Juno em Io está programado para março, com o objetivo de observar possíveis mudanças na paisagem. Telescópios na Terra também podem ajudar a monitorar a atividade vulcânica dessa lua fascinante. “Essa descoberta não apenas redefine recordes, como também abre caminho para uma melhor compreensão do vulcanismo em outros mundos”, diz Bolton.
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