Mofo em casa: quando é o momento de se preocupar?
As manchas pretas que surgem e crescem naquela parede branquinha podem facilmente dar um ar pós-apocalíptico para a sua casa. Mas elas realmente oferecem grande risco à sua saúde? Nem sempre é o caso. No entanto, é preciso distinguir quando o mofo se torna um problema sério e tomar algumas medidas.
O biólogo fúngico Nicholas Money explica, em artigo publicado no The Conversation, como os fungos provocam as manchas que conhecemos como mofo, quais os riscos atrelados e quando começar a se preocupar com eles.
O mofo está em todo lugar
Sabe essa mancha escura na parede? Em seu estágio inicial, ela é chamada de bolor e, na verdade, trata-se de fungos microscópicos. Esse organismo cresce nos mais diversos materiais, de plantas a alimentos e até no corpo humano. Apesar da ideia, um tanto assustadora, de que estão em todos os lugares, eles desempenham um papel importante. Atuam na reciclagem de matéria orgânica, liberando nutrientes para o meio ambiente.
Os bolores produzem esporos, que se espalham pelo ar e germinam em superfícies, formando colônias de mofo que se expandem em manchas circulares. Dentro de casas, crescem principalmente onde há acúmulo de água, como sob pias, em cortinas de chuveiro e em aparelhos como lava-louças e máquinas de lavar. No entanto, só se tornam problemáticos quando há vazamentos persistentes de encanamento ou em casas inundadas.
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Quando se preocupar com mofo?
Como dito antes, o mofo se torna um problema quando está em contato frequente com a água. Nesse caso, ele cresce como manchas grandes, marrons ou pretas.
Quando são do tamanho de uma caixa de pizza, é possível removê-las sozinho. Mas, se forem muito maiores que isso, é preciso tomar medidas mais drásticas.
Por exemplo, trocar o revestimento do local e, principalmente, consertar o vazamento, além de proteger a casa contra inundações.
Se você se assustou com o tamanho da mancha, também pode entrar em contato com um especialista em qualidade do ar interno.
O profissional irá medir a concentração de esporos transportados pelo ar na casa. Em níveis baixos, não há problema, mas se estiverem muito altos, é um indicativo de que a situação é realmente séria.
Quais os riscos à saúde de ter um “amigo mofo” em casa?
Uma casa com grandes manchas de mofo não é lá muito amigável. Além disso, deixa um odor desagradável pelos cômodos. Mas o incômodo maior é aquele causado à sua saúde. Os esporos que flutuam no ar podem causar asma, rinite alérgica ou febre do feno.
Alguns fungos podem ser venenosos. No entanto, não existem evidências suficientes de que as chamadas “micotoxinas” liberadas por mofos causem doenças entre moradores. Essas substâncias, no entanto, são responsáveis por danos mais graves em estruturas — geralmente em casas inundadas. Quando identificados, é recomendável tomar medidas para removê-los.
Existe um tipo de mofo que, de fato, pode ser extremamente perigoso. O Stachybotrys, conhecido como mofo preto tóxico, pode crescer em drywall (tipo de gesso) úmido e produzir micotoxinas. Embora seus esporos sejam pegajosos e não se espalhem facilmente pelo ar, ainda assim representam um risco, especialmente para bebês e crianças, cujos pulmões em desenvolvimento são mais vulneráveis. Em 1990, ele foi associado a sangramentos pulmonares nesta faixa etária.
Saber quando o mofo interno requer atenção é uma habilidade útil para todos os proprietários de imóveis e pode evitar estresse desnecessário.
Nicholas Money, em artigo publicado no The Conversation
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