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Microalgas do Ártico realizam fotossíntese quase na escuridão

A fotossíntese só pode ocorrer onde há luz suficiente disponível, mas qual seria o limite? Um novo estudo mostra os extremos: pequenas microalgas no Oceano Ártico que conseguem fazer fotossíntese quase na escuridão, a até 50 metros de profundidade.

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Segundo o artigo, publicado na Nature Communications, o nível mínimo de luz que sustenta a fotossíntese e o crescimento líquido dos produtores primários no oceano ainda é desconhecido.

No entanto, é um ponto importante a se levar em consideração, visto que a distribuição da vida na Terra está criticamente ligada às condições ambientais adequadas para a fotossíntese.


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Por causa dessa limitação relacionada à luz, a fotossíntese acontece na zona eufótica (a região na qual a incidência luminosa consegue penetrar na coluna de água).

“O requisito mínimo de luz para o crescimento fotossintético e a profundidade máxima correspondente da zona eufótica ainda não estão bem limitados. Neste estudo, abordamos essa lacuna apresentando medições de campo complementares de irradiações sob o gelo e biomassa do alto Ártico que mostram que a produção primária líquida oceânica é possível em níveis de luz extremamente baixos”, diz o material.

Fotossíntese “no escuro”

Para entender esse limite, a equipe de cientistas navegou pelo Oceano Ártico com o gelo marinho de setembro de 2019 a outubro de 2020. “Essa pesquisa anual nos permitiu estudar a retomada da atividade fotossintética após o hiato da noite polar, quando a luz solar retornou ao Oceano Ártico Central”, aponta a pesquisa.

De acordo com o grupo, as microalgas estavam a 88 graus norte e começaram a fotossíntese no final de março, apenas alguns dias após a longa noite polar de inverno ter chegado ao fim nesta latitude. O sol mal estava surgindo acima do horizonte e o mar ainda estava coberto de neve e gelo, mal permitindo que qualquer luz passasse.

Microalgas do Ártico realizam fotossíntese quase na escuridão (Imagem: Hoppe et al, 2024/Nature Communications)

Para se ter uma noção, as condições típicas de luz ao ar livre em um dia claro são quase 50 mil vezes a quantidade de luz necessária para essas microalgas do Ártico.

A conclusão dos autores é que as células retêm sua maquinaria fotossintética ativa durante a noite polar para que ela possa ser usada instantaneamente após o retorno da luz.

Inovações na fotossíntese

Mas e se não precisasse de luz para fazer fotossíntese? Através de um método chamado eletroagricultura, cientistas vêm cultivando plantas sem luz solar. Tudo graças a uma reação química, que pode ser até quatro vezes mais eficaz do que o método convencional.

Outra inovação recente nesse ramo: as células animais que fazem fotossíntese, algo que poderia ajudar na produção de carne em laboratório ou até em aplicações médicas.

 

Leia a matéria no Canaltech.

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