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Meta abre reclamação no Cade contra a Apple por recurso antirrastreamento

A vida da Apple no Brasil não está fácil. Depois de ser alvo de um inquérito administrativo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por conta de uma denúncia feita pelo Mercado Livre — na qual a Maçã saiu prejudicada, recorreu e, por enquanto, a justiça derrubou a a medida preventiva imposta — quem mirou ela agora foi a Meta, que entrou com uma representação.

A empresa dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp acusa a Apple de práticas anticompetitivas por conta da política do recurso Transparência de Rastreamento de Apps (App Tracking Transparency, ou ATT), como informou o Brazil Journal

Lançada em 2021, a ferramenta basicamente exige que aplicativos de terceiros peçam permissão ao usuário para rastrear as suas atividades online. A Meta diz que isso, no entanto, não é aplicado aos próprios aplicativos nativos do iPhone, e que tal comportamento prejudica a concorrência no mercado de publicidade digital, favorecendo a Apple de forma desleal.

Segundo o documento apresentado pela Meta, a Apple usa uma espécie de aceite automático, explicando em um parágrafo porque é bom permitir que os dados sejam rastreados. Para deixar de ser rastreado, o pessoa precisa necessariamente entrar nos ajustes do aparelho e desligar a opção — algo muito mais difícil do que simplesmente dizer que não quer ser rastreado em apps de terceiros quando um alerta surge no meio da tela.

Ainda segundo o Brazil Journal, a Meta pede na representação que haja paridade no tratamento — ou seja, que independentemente de qual seja a política que a Maçã aplique aos apps de terceiros, que ela passe a valer também para si própria.

 Em 2022, uma estimativa da Lotame disse que a ferramenta da Apple poderia der dado um prejuízo na Meta de US$13 bilhões. Agora, por conta da representação aberta junto ao órgão do governo federal vinculado ao Ministério da Justiça, a Meta informou que o recurso de privacidade teria gerado perdas de US$10 bilhões em receita publicitária.

Segundo as fontes ouvidas pelo veículo, uma das consequências da aplicação do recurso de privacidade da Apple é que os desenvolvedores acabam não tendo acesso a diversos dados sobre a performance das campanhas de anúncios direcionados, o que prejudica o resultado dos anúncios em questão.

Veremos o desenrolar dessa história — que, obviamente, não se resume ao Brasil, já que a Maçã foi algo de reclamações similares em diversos lugares do mundo (como França, Itália, Alemanha e mais) quando a ATT foi implementada.

via O GLOBO

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