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Mega secas: Brasil entra na lista de países mais afetados

Períodos de estiagem que duram pelo menos dois anos são conhecidos como mega secas. E segundo um novo estudo, estes fenômenos têm se tornado cada vez mais frequentes, quentes e devastadores nas últimas décadas.

De acordo com os pesquisadores, foram mais de 13 mil eventos do tipo entre 1980 a 2018. Os efeitos para o meio ambiente são catastróficos e o Brasil apareceu duas vezes entre os dez episódios mais graves.

Falta de chuvas e evaporação

Os cientistas explicam que essas secas prolongadas não são exatamente um evento meteorológico, mas algo que ocorre ao longo de um período maior e em uma área mais extensa. Elas são caracterizados principalmente pela redução das chuvas, embora em alguns casos também envolvam um aumento na demanda atmosférica por água.

Secas estão cada vez mais devastadoras (Imagem: Chakkaphong wanphukdee/Shutterstock)

De acordo com o estudo, três fatores principais estão contribuindo para o agravamento das mega secas pelo mundo: o aumento das temperaturas globais, a diminuição das chuvas em regiões específicas e o aumento da evapotranspiração, processo pelo qual a água é transferida da superfície da Terra para a atmosfera por evaporação do solo e transpiração das plantas.

De forma geral, o trabalho destaca um padrão alarmante: nas regiões mais quentes, a falta de chuvas castiga mais, enquanto nas áreas frias, o problema maior está na água que se perde para a atmosfera. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science.

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Terra seca e rachada; crise hídrica e mudanças climáticas mundiais.
Brasil enfrentou duas das piores secas dos últimos anos (Imagem: Piyaset/Shutterstock)

As piores secas da história

  • O estudo aponta que a pior seca analisada ocorreu na bacia do Congo, na África, e durou quase dez anos: de 2010 a 2018.
  • Ela afetou uma área 30 vezes maior que o estado do Rio de Janeiro. 
  • Já no no Brasil, a chamada Amazônia Sul-Ocidental, que abrange parte dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além de porções da Bolívia e Peru, enfrentou uma mega seca devastadora durante o mesmo período.
  • Este foi o sétimo episódio mais grave do mundo no período estudado, causando o secamento de rios importantes como o Madeira, Negro e Solimões, que atingiram níveis historicamente baixos.
  • Na região Leste do Brasil, o estudo ainda identificou como a nona mega seca mais severa do mundo aquela ocorrida entre 2014 e 2017, afetando principalmente os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
  • Na época, uma crise hídrica sem precedentes atingiu a região mais populosa e economicamente ativa do país.

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