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Mas já? Rival da China proíbe DeepSeek para servidores públicos

A startup chinesa DeepSeek chamou atenção na semana passada com o DeepSeek R1, modelo de inteligência artificial com capacidades similares às IAs de ponta (como o ChatGPT), mas que precisou de muito menos investimento e poder computacional para ser treinada. Rapidamente, países ao redor do mundo começaram a se preocupar com a forma com que a empresa lida com os dados dos usuários.

Taiwan foi um dos locais que resolveu agir. Por lá, o governo proibiu que servidores do setor público e funcionários de infraestrutura usem a tecnologia da DeepSeek.

Taiwan e China tem uma relação complicada (Imagem: William Potter/Shutterstock)

DeepSeek proibida em Taiwan

Taiwan alega que a DeepSeek é chinesa e, por isso, pode colocar em risco a segurança nacional. Na sexta-feira (31), o Ministério de Assuntos Digitais disse que todas as agências governamentais e de infraestrutura crítica não devem usar a tecnologia da startup porque “coloca em risco a segurança da informação nacional”.

Veja:

O serviço DeepSeek AI é um produto chinês. Sua operação envolve transmissão transfronteiriça e vazamento de informações, além de outras preocupações com a segurança da informação.

Ministério de Assuntos Digitais de Taiwan

Para contextualizar, Taiwan é uma ilha que, historicamente, pertence à China, mas luta há anos por uma independência formal. O território acusa o país de usar táticas de “zona cinzenta”. Ou seja, ações que não são atos de guerra, mas pressionam o rival de outras formas, como ataques cibernéticos direcionados.

Desde 2019, Taiwan proibiu agências governamentais de usar produtos e tecnologias de informação e comunicação que considera uma ameaça à “segurança nacional da informação”.

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DeepSeek levantou debate sobre privacidade de dados

O governo de Taiwan não é o único. Durante a semana, quando a DeepSeek ganhou notoriedade, rapidamente levantou preocupações acerca de segurança e privacidade de dados dos usuários.

A Itália, por exemplo, iniciou uma investigação do modelo R1 e o bloqueou de processar dados de usuários italianos (saiba mais aqui). Como lembrou o TechXplore, a Coreia do Sul e Irlanda também pediram à DeepSeek esclarecimento sobre como a empresa está lidando com dados pessoais.

Chinesa DeepSeek tem levantado preocupações de segurança (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Startup chinesa causou pânico entre gigantes de IA

A DeepSeek ganhou notoriedade no início da semana, com o DeepSeek R1. O Olhar Digital explicou o que é essa IA neste link, mas vamos resumir:

O DeepSeek R1 é um modelo de IA de linguagem ampla e de código aberto, capaz de lidar com tarefas complexas de raciocínio;

A ferramenta apresentou resultados surpreendentes e pegou o mercado de surpresa, o que rapidamente ameaçou as gigantes de tecnologia. O modelo também ultrapassou o ChatGPT como aplicativo mais bem avaliado na App Store dos Estados Unidos;

Segundo analistas, a IA chinesa mostra que não é necessário usar chips avançados e caros para desenvolver tecnologia de ponta. Ou seja, as sanções dos Estados Unidos podem ser ineficazes;

Além disso, o modelo foi treinado com baixo custo (cerca de US$ 6 milhões, 10 vezes menos do que o ChatGPT), podendo ameaçar a posição dominante das desenvolvedoras;

No entanto, preocupações de segurança surgiram, principalmente em relação à coleta e armazenamento de dados, e sobre o viés das respostas.

O Olhar Digital já explicou como funciona a política de privacidade da DeepSeek aqui.

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