EconomyFeaturedNewsTop Stories

Juiz na Califórnia nega defesa da Apple em caso sobre disparidade salarial

Em meados do ano passado, a Apple foi alvo de um processo no qual é alegado que a empresa paga menos às mulheres do que aos homens por trabalhos semelhantes.

Meses após o início do imbróglio, a Apple sofreu uma derrota e deverá enfrentar uma potencial ação coletiva, conforme informações do ArsTechnica. Isso porque, nesta semana, o juiz do Tribunal Superior da Califórnia, Ethan P. Schulman, entrou com uma ordem que nega as tratativas da Apple para eliminar as alegações e suspender várias reivindicações coletivas.

Na concepção do magistrado, a Apple falhou em argumentar que as disparidades salariais para trabalhadoras individuais eram “justificadas”. Ele disse ainda que as trabalhadoras que processaram a companhia alegaram suficientemente que ela “implementou um esquema de taxa salarial ilegal”.

As autoras [do processo] alegam suficientemente que as decisões salariais do réu [a Apple] são tomadas em um local centralizado de acordo com uma política de emprego que parece aparentemente neutra, mas “teve o efeito de perpetuar disparidades salariais passadas e pagar menos às mulheres do que aos homens que realizam trabalho substancialmente semelhante”.

De acordo com a acusação, a Apple tem três políticas que perpetuam e ampliam as disparidades salariais de gênero. Alegadamente, a empresa depende de “salários anteriores e expectativas de pagamento para definir salários iniciais”, além de usar avaliações de desempenho que “recompensam os homens e penalizam as mulheres pelos mesmos comportamentos” e usar certas avaliações para pagar mais os homens do que as mulheres “com níveis semelhantes de talento”.

Embora parte da defesa da Apple tenha sido considerada imprecisa e insuficiente, ela argumentou com sucesso contra os esforços para confiscar o pagamento retroativo de ex-funcionárias que não atuam mais na empresa e que aparentemente também foram impactadas por políticas supostamente sexistas, implementadas em 2020.

A advogada Eve Cervantez, que representa as trabalhadoras que estão processando a Apple, comemorou a decisão:

Estou realmente satisfeita com a decisão de hoje. Essa prática de começar baixo e permanecer assim tem sido uma situação sem saída para as mulheres que trabalham na Apple há anos. Então, estou feliz que elas terão seu dia no tribunal.

Além disso, outra alegação de disparidade salarial vinculada à discriminação racial foi descartada. Mas a funcionária da Apple que está processando-a, Zainab Bori, terá a chance de alterar a sua alegação de que foi demitida como retaliação por registrar uma queixa de discriminação.

via AppleInsider

Facebook Comments Box