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Jensen Huang se pronuncia sobre DeepSeek pela primeira vez e critica reação exagerada dos investidores

O CEO da NVIDIA, Jensen Huang, comentou pela primeira vez sobre o impacto do DeepSeek R1, IA chinesa que abalou o mercado e fez as ações da empresa despencarem.

Em entrevista recente para Alex Bouzari, CEO da DDN, Huang explicou que os investidores “erraram na avaliação” e que o modelo de mentalidade predominante sobre IA foi mal compreendido.

O evento gerou discussões sobre o futuro da computação e da demanda por hardware de alto desempenho.

DeepSeek e o pânico no mercado

O lançamento do DeepSeek R1, modelo chinês de inteligência artificial de código aberto, provocou uma verdadeira turbulência no setor de tecnologia.

O mercado interpretou a eficiência da nova IA como uma ameaça à necessidade de hardware de alto desempenho, essencial para empresas como a NVIDIA. Como resultado, a gigante dos semicondutores perdeu em um só dia US$ 600 bilhões em valor de mercado, registrando uma das maiores quedas de sua história recente.

A queda abrupta foi amplamente discutida, levantando questionamentos sobre a real necessidade de poder computacional massivo para treinar e rodar grandes modelos de IA.

A notícia de que o DeepSeek R1 teria sido treinado com apenas US$ 5 milhões gerou pânico, com especuladores sugerindo que a demanda por GPUs para IA poderia ser artificialmente inflada.

No entanto, investigações posteriores mostraram que a DeepSeek, na verdade, utiliza mais de US$ 1 bilhão em infraestrutura de hardware, dissipando parte dos temores sobre a redução da demanda por chips avançados.

Jensen Huang responde às críticas

Em resposta à forte reação do mercado, Jensen Huang abordou o assunto de forma franca. Em sua visão, houve um erro de interpretação quanto ao impacto do DeepSeek R1.

O executivo destacou que muitos investidores viam a IA como um processo linear, onde o treinamento era um estágio fixo e a inferência acontecia de maneira separada e previsível. No entanto, segundo Huang, essa visão estava equivocada:

Houve um modelo mental de que o mundo fazia pré-treinamento e depois inferência, como se fosse um processo fixo. Não sei de quem é a culpa, mas claramente essa ideia estava errada

Além disso, Huang enfatizou que o fato do DeepSeek ser open-source é um avanço significativo para o mercado. Com desenvolvedores tendo acesso ao modelo, há espaço para otimizações e customizações que podem beneficiar tanto empresas quanto usuários finais.

A abordagem contrasta com a estratégia de empresas como a OpenAI, que mantêm seus modelos fechados e dependentes de infraestrutura proprietária.

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Reprodução/NVIDIA

O que será da NVIDIA no campo de IA e a importância da computação de alto desempenho

Mesmo diante do impacto inicial, a NVIDIA segue sendo peça-chave na corrida pela supremacia em inteligência artificial.

O mercado ainda precisa de hardware avançado para treinar e operar modelos como o próprio DeepSeek R1, o que pode garantir a continuidade da alta demanda por chips da empresa.

Com efeito, a crescente adoção de IA local e modelos personalizáveis pode ampliar ainda mais a necessidade por GPUs de alto desempenho, principalmente para empresas que querem rodar seus sistemas sem depender de serviços externos.

Todos os olhos agora estão voltados para o próximo relatório financeiro da NVIDIA, marcado para 26 de fevereiro. O evento será vital para entender o impacto real do DeepSeek no faturamento da empresa e se a recuperação será rápida ou mais lenta do que o esperado.

Enquanto isso, a China também enfrenta desafios internos para se adaptar à nova revolução da IA aberta, mostrando que o caminho para a inovação ainda tem muitas incertezas.

Fonte: Business Insider

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