Índia lança missão europeia que vai criar “eclipse artificial” do Sol – veja ao vivo
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Agência Espacial Europeia (ESA) pretende imitar as condições de um eclipse solar para que cientistas possam investigar a atmosfera do Sol. Com esse intuito, foi desenvolvida a missão Proba-3, que será lançada nesta quinta-feira (5) por um foguete da Índia.
O Veículo de Lançamento de Satélite Polar (PSLV) deve decolar às 7h42 (pelo horário de Brasília), a partir do Centro Espacial Satish Dhawan, na ilha de Sriharikota, com transmissão ao vivo pelo canal da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) no YouTube, programada para iniciar 10 minutos antes – neste link.
ESA’s Proba-3 will be the first mission to create an artificial total solar eclipse by flying a pair of satellites 150 metres apart.
What mysteries will the mission help solve? Find out here https://t.co/OmB7xnWFs0 and in the below pic.twitter.com/1GgjpDxl8u
— ESA Science (@esascience) December 3, 2024
Originalmente marcado para quarta-feira (4), o lançamento foi adiado por questões técnicas identificadas pouco antes da decolagem, segundo uma publicação no perfil oficial da ESA no X (antigo Twitter).
O foguete PSLV-C59, da ISRO, pronto para lançar os satélites Proba-3, da ESA. Crédito: ISRO
Missão Proba-3 será conduzida por dois satélites em formação precisa
Desenvolvida ao longo de quase uma década, com um orçamento de 200 milhões de euros (mais de R$1,2 bilhão), a sonda Proba-3 tem como principal objetivo estudar a coroa solar, a camada mais externa do Sol, que é extremamente quente e pouco compreendida.
A missão será conduzida por dois satélites (o Ocultador e o Coronógrafo), que juntos pesam cerca de 550 kg e serão colocados em uma órbita elíptica ao redor da Terra, variando entre 600 km e 60.530 km do planeta.
Ilustração dos satélites da missão Proba-3 em formação. Crédito: ESA
Após a separação do foguete, os dois satélites entrarão em uma formação precisa, de apenas alguns milímetros de arco, mantendo uma distância de 150 metros entre si. “Na verdade, a dupla estará formando um satélite gigante virtual. E isso será feito de forma autônoma, sem depender de orientação do solo”, diz a descrição da missão no site da ESA.
Durante as operações, o Ocultador bloqueará o disco solar, criando um eclipse total artificial para o Coronógrafo, permitindo que ele estude a coroa solar por até seis horas seguidas em cada órbita de 19 horas e 36 minutos. Esse tempo contínuo de observação supera em muito os poucos minutos dos eclipses naturais, oferecendo aos cientistas uma oportunidade única de investigar o comportamento da atmosfera solar.
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Com estimativa de dois anos de duração, a missão busca responder questões críticas sobre o Sol – principalmente, por que a coroa é significativamente mais quente que a superfície do astro e como o vento solar é acelerado a velocidades extremas. Esses fenômenos ainda são pouco compreendidos pelos cientistas.
Além dos estudos solares, a missão Proba-3 servirá como um importante teste para futuras missões que exijam voo em formação. A tecnologia poderá ser aplicada em projetos de manutenção de satélites, monitoramento da Terra e outras operações espaciais que demandem precisão milimétrica.
O lançamento marca uma parceria estratégica entre a ESA e a ISRO, ao combinar o conhecimento científico europeu com a capacidade técnica de lançamento indiana, ampliando a cooperação internacional no campo da exploração espacial.
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