Homem come porco selvagem e contrai bactéria rara nos EUA
Um homem de 77 anos contraiu uma bactéria extremamente infecciosa, mas rara, após consumir carne de porco selvagem na Flórida, Estados Unidos. O caso aconteceu em 2020, mas foi relatado em um estudo na edição deste mês da Emerging Infectious Diseases.
O idoso procurou ajuda em um hospital de Gainesville relatando dores no peito que já duravam quase dois anos. O pastor vivia em uma fazenda rural com cães e cabras e contou que fez diversos tratamentos com antibióticos, mas nada resolvia o problema.
O histórico do paciente incluía diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Durante uma das visitas ao hospital, os médicos suspeitaram de uma infecção escondida em seu implante cardíaco — mas o desafio foi identificar o patógeno por trás desse quadro.

Depois de diversos testes, exames de hemocultura mostraram uma bactéria acumulada nas células sanguíneas do idoso. Ele teve de retirar o implante para uma análise detalhada no departamento de saúde da Flórida e para os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
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O resultado…
Todos os testes clínicos e genéticos revelaram infecção por Brucella suis, bactéria que geralmente é encontrada em porcos. Em animais, o principal sintoma são perdas reprodutivas; em humanos, pode causar infecções cerebrais, condições neurológicas, artrite, anemia, pancreatite, complicações cardiovasculares, entre outros.
Nos Estados Unidos, a prevalência de brucelose é de 80 a 140 casos por ano, com diferentes meios de contaminação, incluindo o consumo de leite cru, queijos, caça e abate de porcos e porcos selvagens.
Na Flórida, local da infecção relatada na reportagem, mais de um milhão de suínos selvagens podem ser portadores de zoonoses que incluem leptospirose, triquinela e toxoplasmose. Cães e cabras expostos também podem transmitir a infecção aos humanos.

As medidas para reduzir esse risco incluem o uso de equipamentos de proteção individual e o cozimento completo de produtos de origem animal antes do consumo. Com a publicação do artigo, a comunidade espera conscientizar os moradores sobre a situação.
O paciente foi tratado com antibióticos por um período total de 6 semanas. Quatro meses após a remoção do dispositivo, ele recebeu um novo implante cardíaco. Após passar por acompanhamento ambulatorial de rotina ao longo de quase três anos, os médicos não encontraram mais nenhuma evidência clínica de brucelose no idoso.
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