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Google prevê aplicações práticas da computação quântica em cinco anos

O Google acredita que aplicações práticas da computação quântica podem se tornar realidade dentro de cinco anos. Hartmut Neven, líder do Google Quantum AI, afirmou: “Estamos otimistas de que, dentro de cinco anos, veremos aplicações do mundo real que são possíveis apenas em computadores quânticos“. A previsão contrasta com a opinião do CEO da Nvidia, Jensen Huang, que estima que essas aplicações estejam a pelo menos 20 anos de distância.

A computação quântica promete revolucionar diversos setores, como a ciência dos materiais, permitindo a construção de baterias superiores para carros elétricos, a criação de novos medicamentos e o desenvolvimento de alternativas energéticas inovadoras. No entanto, a incerteza sobre quando essas aplicações se tornarão viáveis ainda gera debates no setor tecnológico.

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A diferença entre bits e qubits

Diferente da computação tradicional, que utiliza bits binários (0 e 1), os computadores quânticos operam com “qubits”, que podem representar múltiplos estados simultaneamente. Essa característica permite processar informações de forma exponencialmente mais rápida, mas também traz desafios significativos, como a instabilidade dos qubits, conhecida como “ruído”. Essa instabilidade ainda é um obstáculo para a construção de computadores quânticos práticos.

Avanços do Google na correção de erros da quântica

Recentemente, o Google anunciou avanços importantes na correção de erros quânticos. Em dezembro de 2024, a empresa apresentou o “Willow”, um novo chip quântico capaz de realizar em cinco minutos uma tarefa que um dos supercomputadores mais rápidos do mundo levaria um tempo imensuravelmente maior para completar. Esse avanço demonstra a capacidade de reduzir erros exponencialmente ao aumentar o número de qubits, aproximando a empresa da criação de um computador quântico prático em grande escala.

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Apesar dos avanços anunciados, o campo da computação quântica ainda enfrenta ceticismo. As declarações de Jensen Huang, da Nvidia, por exemplo, levaram a uma queda significativa nas ações de várias empresas do setor quântico, refletindo as incertezas do mercado sobre a viabilidade dessa tecnologia a curto prazo.

Computação quântica versus inteligência artificial

Outro fator que tem ofuscado o avanço da computação quântica é o crescimento acelerado da inteligência artificial (IA). Alguns especialistas sugerem que a IA pode assumir muitas das tarefas que se pensava serem exclusivas dos computadores quânticos, especialmente na modelagem de sistemas complexos. No entanto, Hartmut Neven e outros líderes do setor quântico permanecem confiantes de que aplicações únicas dessa tecnologia emergirão nos próximos anos.

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O futuro da computação quântica

A trajetória da computação quântica é marcada por desafios técnicos e debates sobre seu potencial e cronograma de desenvolvimento. Enquanto empresas como o Google continuam a investir e anunciar avanços significativos, a comunidade científica e o mercado observam atentamente para ver quando e como essa tecnologia transformará setores como energia, química, transportes e finanças.

Fonte: Reuters

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