Fundador da Kraken questiona solvência da Bybit
Jesse Powell, fundador e ex-CEO da corretora Kraken, está questionando a solvência de sua rival, a Bybit.
Após sofrer um roubo de US$ 8,2 bilhões em Ethereum na sexta-feira (21), a Bybit publicou uma prova de reservas nesta segunda-feira (24), afirmando que suas reservas de ETH já estão em 1:1 em relação aos saldos de seus clientes.
Segundo as informações, as reservas foram preenchidas por meio de compras, depósitos de baleias e empréstimos de ETH.
É aqui que o fundador da Krakem se mostra preocupado. Nas redes sociais, o executivo questiona os motivos da Bybit ter pegado empréstimos se ela tem dinheiro sobrando.
Em outras palavras, Powell argumenta que a Bybit pode estar insolvente, só tendo passado a dívida dos clientes para os credores.
“Qual foi o objetivo dos empréstimos se a corretora tinha reservas que excedem as responsabilidades? Como conseguiram realizar uma nova auditoria tão rapidamente?”
“Essa última auditoria da Hacken faz algumas afirmações que me deixam preocupado com o nível de sofisticação deles”, continuou o executivo, se mostrando incomodado com a auditoria feita pela Hacken.
Em 2022, logo após a falência da FTX, Powell criticou a corrida pela criação de provas de reservas por corretoras, apontando que elas poderiam ser facilmente adulteradas. Na data, o executivo pediu para que jornalistas investigassem as auditorias da Binance.
Fundador da Kraken está pessimista sobre estado financeiro de sua concorrente
Bastante ativo no X durante o final de semana, Jesse Powell, fundador da Kraken, levantou diversas dúvidas sobre a saúde financeira da Bybit e o modo como sua rival está lidando com a situação.
“Você pode obter um empréstimo para cobrir um hack nos ativos dos clientes, mas ainda está descoberto. Você precisa quitar esse empréstimo de alguma forma. No fim, só trocou de credores: seus depositantes por um credor comercial. A falência se importa com isso?”, questionou Powell, apontando que os fundos dos clientes poderiam ser misturados com fundos de credores.
“Eu presumiria o pior. É perigoso emprestar nessa situação, e até mesmo a garantia pode ser recuperada se o tribunal decidir que os usuários têm prioridade.”
“Para tomar ETH emprestado, os credores provavelmente exigem pelo menos 150% de garantia. Então, a questão é: se você pode oferecer essa garantia, por que não simplesmente comprar o ETH? A menos que seja uma linha de crédito aberta apenas para acompanhar os saques e não para cobrir totalmente o rombo.”
Após a Bybit publicar uma prova de reservas auditada por uma empresa terceirizada, Powell afirmou que isso não seria o bastante. Ou seja, seria necessário “demonstrações financeiras completas, consolidadas e auditadas”, notando que a autodeclaração ainda é um “confia em mim, irmão”.
CEO da Bybit responde a Powell
Enquanto Powell publicou diversos tuítes, Ben Zhou, co-fundador e CEO da Bybit, só respondeu uma vez, afirmando que a auditoria foi realizada por terceiros e que as reservas de seus clientes já estão acima de 1:1.
“O objetivo da auditoria da Prova de Reservas é comprovar que os fundos dos usuários têm garantia 1:1”, comentou Zhou. “Também possuímos demonstrações financeiras completas, consolidadas e auditadas, incluindo ativos bancários off-chain, garantindo a saúde da nossa governança e operações internas, as quais submetemos aos nossos reguladores globalmente.”
Ben Zhou, CEO da Bybit, responde a Jesse Powell, fundador da Kraken. Fonte: X.
Após a Bybit processar mais de R$ 31 bilhões em retiradas, a corretora começou a atrair seus clientes de volta. Nas últimas 24 horas, cerca de R$ 7,5 bilhões foram depositados na Bybit, segundo os dados do DeFiLlama.
Além de Powell, quem também se envolveu nas conversas sobre a Bybit foi Changpeng Zhao, fundador da Binance. Logo após o hack, CZ recomendou que sua rival travasse os saques, assim como a Binance fez em 2019, mas a Bybit optou por seguir suas operações normalmente.
Outra discussão em andamento é sobre um “rollback” na rede Ethereum, revertendo as transações. No entanto, o desenvolvedor Tim Beiko afirmou que isso seria impossível, também notando que o Ethereum não fez um rollback em 2016, no episódio da The DAO, mas sim outra alteração manual na blockchain.
Por fim, apesar do triste episódio do hack, todas essas discussões são ótimas para o amadurecimento do mercado.
No entanto, seria interessante vê-las em momentos menos tensos, pensadas com antecedência. Afinal, todo o mercado está operando em queda nos últimos dias.
Fonte: Fundador da Kraken questiona solvência da Bybit
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