FMI proíbe El Salvador de comprar Bitcoin e comunidade questiona Bukele
O FMI publicou um documento de 111 páginas sobre El Salvador na última semana, apontando que o país deve parar de comprar Bitcoin.
Nas redes sociais, o presidente Nayib Bukele afirmou que as compras continuarão, mas a comunidade começou a levantar dúvidas sobre essas compras.
Antes disso, em janeiro, o Bitcoin deixou de ser moeda de curso forçado em El Salvador devido à pressão do FMI. Mesmo com o partido de Bukele tendo a maioria no senado, 55 dos 57 senadores votaram a favor dessa proposta.
FMI diz que El Salvador deve parar de comprar Bitcoin
O documento publicado pelo FMI cita por diversas vezes que El Salvador deve parar de adquirir bitcoins. Segundo dados do próprio governo, hoje o país detém 6.111 BTC (R$ 2,9 bilhões). Além de compras diretas, o texto também cita a proibição da mineração estatal.
“As reservas de Bitcoin da Agência de Gestão de Bitcoin do governo estão atualmente avaliadas em cerca de US$ 600 milhões (aproximadamente 6.070 Bitcoins), e não haverá acumulação voluntária de Bitcoins pelo setor público no contexto do programa.”
“O teto contínuo está fixado em 0. Isso também exclui a acumulação de Bitcoins por meio de qualquer programa de mineração realizado por entidades do setor público”, aponta outro trecho do documento.
Em outro parágrafo, o FMI aponta que isso “exclui a acumulação de Bitcoins resultante de confisco, apreensão, retenção, custódia ou qualquer outra forma de posse pelo governo decorrente de medidas de aplicação da lei adotadas de acordo com a legislação salvadorenha”.
Finalizando, o FMI afirma que irá monitorar esse critério continuamente.
Presidente de El Salvador afirma que continuarão comprando Bitcoin
Logo após a publicação do documento, Nayib Bukele, presidente de El Salvador, desafiou o FMI ao afirmar que eles continuarão comprando Bitcoin.
““Isso tudo acaba em abril.” “Isso tudo acaba em junho.” “Isso tudo acaba em dezembro.” Não, não vai acabar”, comentou Bukele nas redes sociais, publicando uma captura de tela dos aportes diários do país.
“Se não parou quando o mundo nos isolou e a maioria dos “bitcoiners” nos abandonou, não vai parar agora, nem no futuro. Prova de trabalho > prova de choramingo.”
No mês passado, Bukele pediu paciência após o FMI mandar o país diminuir as compras de Bitcoin.
Nos comentários, nomes famosos como Samson Mow, fundador da Jan3, questionaram como isso funcionará com as restrições previstas no acordo. Bukele não respondeu.
Comunidade suspeita que Bukele está enganando a todos
John Dennehy, fundador do projeto Meu Primeiro Bitcoin, levantou duas possibilidades para a continuação da acumulação de bitcoins pelo governo salvadorenho após o acordo com o FBI.
“O governo está transferindo Bitcoins de carteiras não divulgadas ao público (mas informadas ao FMI) para a carteira pública [ou] alguma entidade privada está fazendo doações para a carteira pública.”
“Em ambas as possibilidades, El Salvador tenta equilibrar-se na linha tênue entre realmente cumprir as exigências do FMI e, ao mesmo tempo, projetar uma imagem de desafio e independência para o público”, continuou Dennehy.
Samson Mow novamente aparece nos comentários, apontando outras três possibilidades.
Uma delas é que há uma data limite para El Salvador se adequar a esse acordo. Já a segunda é que esses 6 mil e poucos bitcoins não pertençam ao setor público, mas sim ao privado.
Por fim, o executivo também cita que El Salvador poderia não ser obrigado a cumprir essas exigências, mas até ele duvida disso. Independente disso, é incrível ver o poder que o FMI possui, até mesmo em um país que prometeu fazer seu próprio destino.
Fonte: FMI proíbe El Salvador de comprar Bitcoin e comunidade questiona Bukele
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