Filme Metropolis: Um Marco do Expressionismo Alemão que Influencia até Hoje
O filme Metropolis é uma verdadeira obra-prima do cinema expressionista alemão, dirigido por Fritz Lang e escrito por sua esposa, Thea von Harbou, com a colaboração do próprio Lang. Lançado em 1927, este filme revolucionário demorou quase um ano e meio para ser concluído e envolveu cerca de 37 mil extras. Metropolis apresenta um futuro distópico que continua a influenciar gerações de escritores e cineastas, gerando impacto em filmes, jogos e livros como “1984”, “Blade Runner”, “Robocop”, “Final Fantasy 7”, “Bioshock”, “Bastardos Inglórios”, o movimento Steampunk, o cinema Noir, entre outros.
A Grande Estreia e Seus Desafios
Metropolis estreou em grande estilo em Berlim, com a presença de figuras importantes, incluindo o Marechal von Hindenburg e a elite da sociedade alemã. Apesar da recepção positiva da crítica, o filme foi um fracasso de bilheteria, quase levando à falência a produtora. Muitos acharam o filme longo demais (2h33), resultando em cortes severos para sua distribuição internacional. Mesmo assim, Metropolis se tornou um clássico cult, mas a versão original foi considerada perdida por décadas.
Redescoberta e Restauração
Em 2008, 80 anos após seu lançamento, uma cópia do original em péssima qualidade foi encontrada na Argentina. Este achado permitiu a criação de uma versão definitiva, lançada no final de 2010, que combinou as melhores partes restauradas de cópias encontradas ao redor do mundo. Para quem conhecia apenas a versão de Giorgio Moroder, de 1984, com uma trilha sonora futurista e participação de Freddie Mercury, a versão restaurada oferece uma experiência completamente nova e visualmente impressionante.
Sinopse de Metropolis
Num mundo futurístico que extrapola a Revolução Industrial, a sociedade vive em uma Metrópole rigidamente dividida em duas classes. Na cidade superior, os cidadãos desfrutam das melhores tecnologias e entretenimento, enquanto na cidade subterrânea, os operários vivem em condições terríveis, trabalhando 10 horas por dia para manter as máquinas da cidade superior funcionando.
Joh Fredersen, o industrial que comanda a cidade, enfrenta planos de revolta entre os trabalhadores, que são contidos pela carismática Maria. Ela prega a compreensão e promete a chegada de um mediador do “alto” que melhorará suas condições de vida. Esse mediador é Freder, filho de Fredersen, que se apaixona por Maria e se solidariza com os operários, chegando a trocar de lugar com um deles.
Fredersen, percebendo a influência de Maria, conspira com o cientista Rotwang para substituí-la por um robô idêntico. O plano é dividir os trabalhadores para evitar a revolta, mas Rotwang tem seus próprios planos de desorganizar Metropolis. A falsa-Maria incita os trabalhadores a destruir as máquinas, levando a um clímax onde a cidade subterrânea começa a inundar. O filme culmina na mediação entre Fredersen e os trabalhadores através de Freder.
Como “Metrópolis” Revolucionou o Cinema?
Análise de Metropolis
Metropolis oferece várias lições e reflexões. A história recria o mito cristão do Salvador com elementos gnósticos, representando Joh Fredersen como o Demiurgo, criador da cidade, e seu filho Freder como o Salvador que desce ao plano dos necessitados. Maria representa tanto a profeta quanto a luz nas trevas, enquanto a falsa-Maria simboliza a corrupção através da ganância e manipulação.
O filme também toca no Hermetismo, com a cidade apresentada através de pirâmides que lembram o aforismo “O que está em cima é análogo ao que está em baixo”. A revolta contra as máquinas, instigada pela falsa-Maria, mostra como as massas podem ser cegadas por líderes carismáticos, resultando em consequências desastrosas.
Metropolis termina com uma mensagem ambígua sobre a mediação entre classes. Enquanto parece sugerir uma melhora nas condições de vida dos trabalhadores, também pode ser visto como uma estratégia para manter o status quo através de líderes que aparentam ser da classe trabalhadora, mas que realmente servem aos interesses da elite.
Conclusão
Metropolis é uma obra atemporal que continua a ressoar com audiências modernas. Sua influência se estende por várias mídias e continua a ser um ponto de referência para discussões sobre sociedade, tecnologia e poder. Se você ainda não assistiu, a versão restaurada de 2010 é uma experiência cinematográfica indispensável.
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Fontes:
- Saindo da Matrix
- https://www.youtube.com/watch?v=pU0k9YzNMwM
- https://www.youtube.com/watch?v=3hIsp0P4wBE