Fevereiro traz fim do movimento retrógrado de Júpiter
Este mês, Júpiter começa um processo pelo qual seu movimento para o oeste através do céu noturno é interrompido, e o astro retoma sua trajetória normal para leste, concluindo seu “laço” retrógrado – assim chamado porque, durante o curso percorrido, o planeta parece formar um laço no céu.
Essa inversão de direção é um fenômeno que todos os planetas do Sistema Solar sofrem periodicamente. Segundo o site In-The-Sky.org, no caso daqueles cujas órbitas são mais externas que a da Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), isso se dá poucos meses depois de passarem pela oposição, que é quando eles estão do lado oposto do Sol em relação ao nosso planeta (que fica entre os dois corpos celestes).
Composto de imagens espaçadas com cerca de 5 a 9 dias de diferença captadas em 2018, do fim de abril (inferior direito) até 5 de novembro (canto superior esquerdo), traça o movimento retrógrado de Marte, mostrando o “laço” que os planetas formam durante o movimento retrógrado. Imagem: NASA APOD/Tunc Tezel (TWAN)
Movimento retrógrado de Júpiter começou em setembro
Ainda de acordo com o guia de orientação do céu noturno, o reajuste de direção de Júpiter, que começou seu movimento retrógrado em outubro, terá início às 6h38 (pelo horário de Brasília) de terça-feira (4).
O colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), explica que o movimento retrógrado dos planetas é apenas ilusório e é causado pelo curso da Terra em torno do Sol.
À medida que ela circunda o astro, nossa perspectiva muda, e isso faz com que as posições aparentes dos objetos celestes se alterem de um lado para o outro no céu, o que se sobrepõe ao movimento de longo prazo do planeta em direção ao leste através das constelações.
Leia mais:
Sonda da NASA detecta lava ativa em uma das luas de Júpiter
Tempestades gigantes em Júpiter podem mudar a aparência do planeta
Fenômeno magnético em Júpiter produz tempestades do tamanho da Terra
“Por estar em uma órbita mais interna e, consequentemente, mais rápida, a Terra ultrapassa Júpiter a cada 399 dias. E quando isso acontece, Júpiter parece estar caminhando no sentido contrário no céu por alguns dias. Isso ocorre com todos os planetas com órbitas mais externas à Terra”, descreveu. Quanto mais longe do Sol, mais tempo o planeta passa em movimento retrógrado.
A animação abaixo ilustra isso, com a flecha mostrando a linha de visão da Terra para um planeta, e o diagrama à direita mostrando o aparentemente movimento do objeto através do céu pela nossa perspectiva de visão.
Animação ilustra o conceito de “ciclo retrógrado” dos planetas. Crédito: In-The-Sky.org
O post Fevereiro traz fim do movimento retrógrado de Júpiter apareceu primeiro em Olhar Digital.