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Exportações suspensas e fábricas paradas: setor automotivo reage a Trump

As novas alíquotas de importação para veículos anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repercutiram negativamente em algumas das principais fabricantes do setor automotivo global, como Audi, Volkswagen e Jaguar Land Rover.

O popular “tarifaço”, apelido jocoso dado às diretrizes do governo que determinaram uma alíquota de 25% sobre todos os carros produzidos fora dos Estados Unidos, causou reação imediata na Ásia e na Europa, com reflexos que podem atingir até mesmo o Brasil.

As primeiras montadoras a se posicionar foram as alemãs Audi e Volkswagen, além da britânica JLR, que engloba as marcas Jaguar e Land Rover. O trio informou que suspendeu temporiariamente as exportações de veículos para os Estados Unidos. A ação ganhou força em outras importantes fabricantes.


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A Stellantis, dona de marcas fortes no mercado dos Estados Unidos, como RAM e Jeep, interrompeu a produção nas fábricas do Canadá e do México, que têm boa parte dos carros exportados para o país, e dispensou 900 funcionários, inclusive de plantas dentro do território estadunidense.

Audi já se posicionou sobre tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos carros importados (Imagem: Felipe Ribeiro/Canaltech)

O Brasil pode ser afetado?

Diante do cenário de resposta das principais montadoras globais ao tarifaço de Trump para carros produzidos fora dos Estados Unidos, uma pergunta que diz respeito ao nosso mercado é simples e direta: o Brasil pode ser afetado? A resposta, infelizmente, é direta também: sim.

Em entrevista para a CNN Brasil, Marcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mostrou preocupação com a política protecionista de Trump e os possíveis efeitos no setor automotivo brasileiro.

Segundo Leite, os executivos brasileiros precisarão se desdobrar para manter o interesse das empresas em investir alto no Brasil. O motivo, de acordo com o presidente da Anfavea, tem ligação direta com outros países afetados por Trump, como Canadá, Coreia do Sul e México. “Pra que investir no Brasil se existe capacidade ociosa na Coreia e no México?”, questionou.

Marcas locais, como Ford e GM, ganham força com tarifaço de Trump (Imagem: Divulgação/GM)

Vale lembrar que, nos países citados pelo executivo da Anfavea, o forte do setor automotivo está justamente nas exportações. Cerca de 76% da produção do México, 69% do Canadá e 38% da Coreia do Sul têm como destino os Estados Unidos. Com o tarifaço, porém, a tendência é de um cenário de enorme capacidade ociosa nos três mercados.

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