Ex-executivo da PlayStation diz que indústria está em “colapso criativo”
Durante a participação na Gamescom Asia, realizada em Singapura, o ex-presidente da Sony Interactive Entertainment Worldwide Studios e ex-diretor executivo da PlayStation, Shawn Layden, expressou preocupações sobre o atual estado da indústria de games. Ele também compartilhou o que pensa sobre o uso de inteligência artificial em jogos.
Dessa forma, em uma conversa com Gordon Van Dyke, cofundador da Raw Fury, Layden destacou o desaparecimento dos estúdios de médio porte, conhecidos como AA. De acordo com ele, isso aparece como um indicativo de um “colapso criativo” no setor.
Layden explicou que, no passado, as decisões sobre a produção de jogos eram guiadas pela diversão e experiência do usuário. Entretanto, há uma ênfase atual excessiva em esquemas de monetização. Ele atribui isso ao aumento expressivo dos custos de desenvolvimento de jogos AAA, que podem ultrapassar centenas de milhões de dólares.
Foto: Divulgação/PlayStation
Com esses altos custos, a tolerância ao risco diminuiu, levando à produção de sequências e cópias de jogos de sucesso
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Ex-executivo da PlayStation critica excesso de jogos “blockbuster”
O ex-executivo da PlayStation também disse que a concentração em jogos blockbuster, como Call of Duty e Grand Theft Auto, prejudica a inovação. Ele diz que o desaparecimento dos estúdios AA representa uma ameaça à diversidade de títulos no mercado, deixando espaço apenas para grandes produções e jogos independentes.
“Se dependermos apenas dos blockbusters, estamos caminhando para um fim trágico”, alertou, por fim, Layden.
Foto: Divulgação/PlayStation
Layden reconheceu o papel dos títulos independentes em manter a criatividade viva na indústria. Além disso, comparou a situação ao que ocorreu no setor cinematográfico. Assim como os filmes de médio porte migraram para plataformas de streaming, os jogos AA enfrentam o desafio de se manterem relevantes entre os grandes sucessos e as produções indie.
Layden também comentou o uso de inteligência artificial (IA) na indústria de games, apontando que, embora seja uma ferramenta útil, não deve ser vista como a solução para os problemas criativos atuais. “A IA é apenas mais uma ferramenta, assim como o Excel. Não é uma salvadora”, afirmou.
Fonte: Gameindustry