Ex-CEO da Intel diz que uma divisão seria ruim para a empresa e para os EUA
Enquanto a Intel busca se recuperar de suas dificuldades financeiras mais recentes, especula-se a possibilidade da companhia se separar de seu segmento responsável pela fabricação de chips. A pressão aumentou depois da divisão recente da Intel Foundry como uma subsidiária independente. Porém, um ex-CEO da empresa publicou todo um artigo para alertar que considera essa uma má ideia.
O texto saiu na Fortune e é de autoria de Craig Barrett, que liderou a Intel de 1998 a 2009. Ele compara a ideia de separar o eixo central da Intel de sua divisão Foundry com o que a AMD fez, quando criou a GlobalFoundries em 2008. Barrett vai além, afirmando ainda que isso seria prejudicial não só para a Intel, mas para os Estados Unidos como um todo.
Fonte: Wikimedia Commons
O ex-executivo tem como principal foco em seu argumento a importância de pesquisa e desenvolvimento (R&D), e os custos envolvidos nisso. Ele diz que as principais empresas sempre vão recorrer às fabricantes com as tecnologias mais avançadas para seus chips, e que uma divisão separada da Intel Foundry não teria forças para concorrer com Samsung e TSMC.
Reprodução/Seu Crédito Digital
Segundo Barrett, foi isso que aconteceu com a GlobalFoundries. Sem condições de investir em R&D, a companhia não conseguia competir com a concorrência. Por consequência, sua baixa renda lhe dava menos dinheiro ainda para investir em pesquisa.
Enfraquecer a Intel pode prejudicar os EUA, diz Barrett
O artigo de Barrett para a Fortune vai além em seu tom alarmista quando ressalta as consequências que essa divisão da Intel poderia ter para os Estados Unidos. Assim, o ex-CEO argumenta que a Intel Foundry enfraquecida significaria que o país só teria empresas estrangeiras para recorrer na produção dos chips mais avançados – Samsung e TSMC.
Por isso, o empresário elogia o CHIPS Act e diz que o governo precisa investir mais ainda em suas empresas de semicondutores. Mas não só isso, Barrett diz que o investimento em R&D deve ir para universidades também, em pesquisa acadêmica.
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Ele ressalta o estabelecimento do Centro Nacional para Tecnologia de Semicondutores (NSTC) como uma iniciativa positiva. Porém, cobra mais investimento, destacando que o orçamento de cinco anos para o NSTC corresponde a um ano de investimento da Intel em R&D.
Via: Tom’s Hardware