Estresse pode alterar células cerebrais, revela estudo
Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu que o estresse crônico pode desencadear mudanças nas células cerebrais. Este efeito, segundo os cientistas, também pode influenciar a forma como tomamos decisões.
As conclusões do novo estudo podem contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para condições psiquiátricas relacionadas à criação de hábitos no cérebro. As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature.
Estresse afeta nossa capacidade de tomar decisões
Segundo os cientistas, o estresse crônico é a sensação contínua de irritação, sobrecarga ou pressão.
Ele pode causar diversas consequências físicas, como cansaço, dores de cabeça, dificuldade de concentração e insônia.
Mas agora, pesquisadores descobriram que esta condição também altera mecanismos no cérebro.
A equipe envolvida no trabalho observou que o estresse reduz a atividade do centro responsável por escolhas ponderadas no cérebro.
Ao mesmo tempo, aumenta a ativação da região associada à formação de hábitos, tornando mais difícil romper com comportamentos automáticos.
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Testes foram realizados em animais
O estudo foi realizado com camundongos e ainda são necessárias maiores análises para confirmar se o padrão se repete em humanos. Apesar disso, os pesquisadores destacam que os mecanismos de tomada de decisão em ambos são bastante semelhantes.
No trabalho, os animais divididos em dois grupos. O primeiro foi exposto a condições estressantes, como dormir em camas molhadas e permanecer em um ambiente com ruídos contínuos. Já o segundo não foi submetido a esses fatores.
No ambiente de teste, havia uma alavanca que, ao ser pressionada, liberava um petisco. Os animais sob estresse passaram a puxar a alavanca repetidamente, mesmo quando já estavam saciados. Enquanto isso, os camundongos do outro grupo apenas acionavam a alavanca até satisfazerem a fome.
Os pesquisadores concluíram que o estresse reduziu a capacidade dos ratos de pensar criticamente, fazendo com que adotassem comportamentos repetitivos e automáticos. A equipe ainda identificou duas vias cerebrais responsáveis por esse comportamento. Ambas se originam na amígdala, a região do cérebro que controla o medo, e se conectam ao estriado dorsomedial, área envolvida na formação de hábitos e na tomada de decisões.
Uma dessas vias estava ativa em camundongos sem estresse, mas inativa nos camundongos estressados. Já a segunda via apresentou o comportamento oposto, sugerindo que ela favorece a dependência de hábitos após a exposição ao estresse.
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