Estados Unidos encerram unidade de investigação sobre criptomoedas
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos dissolveu oficialmente sua unidade dedicada à investigação de crimes com criptomoedas. A decisão surpreendeu o setor nesta segunda-feira (7), após a divulgação de um memorando interno assinado por Todd Blanche, vice-procurador-geral e figura central no círculo próximo do presidente Donald Trump.
A Unidade Nacional de Fiscalização de Criptomoedas (NCET), criada em 2021 pelo governo Biden, deixa de existir com efeito imediato. Blanche justificou o encerramento com duras críticas à abordagem anterior:
“O Departamento de Justiça não é um regulador de ativos digitais. A administração passada perseguiu uma estratégia imprudente de regulamentação por meio de acusações.”
A medida faz parte de uma reviravolta política. Segundo Blanche, o fechamento cumpre a ordem executiva de janeiro de 2025, na qual o presidente Trump determinou que o governo estabeleça clareza regulatória, mas sem sufocar o setor. O mesmo memorando determina que promotores agora priorizem “indivíduos que prejudicam investidores”, deixando de lado alvos como exchanges, mixers ou carteiras frias.
Apesar do impacto, o Departamento de Justiça optou por não comentar a decisão. A única manifestação oficial foi o memorando completo, enviado à imprensa após a publicação da notícia pela revista Fortune.

Unidade de investigação sobre criptomoedas
A NCET teve papel importante nos últimos anos. A força-tarefa atuou em investigações de alto perfil, como o caso do Tornado Cash — misturador de criptoativos acusado de ocultar transações — e a prisão de Avraham Eisenberg, responsável por roubar mais de US$ 100 milhões explorando falhas em um protocolo DeFi.
A unidade também monitorava grupos da Coreia do Norte que usavam cripto para lavar dinheiro de ataques cibernéticos.
O fim da NCET se soma a outras decisões da gestão Trump que aliviaram a pressão sobre o setor cripto. A Casa Branca já havia ordenado que agências como a SEC e a CFTC recuassem na regulamentação e trabalhassem em parceria com o mercado.
Além disso, o próprio Trump reforçou sua posição pró-Bitcoin. Em março, por exemplo, ele assinou uma ordem criando uma reserva estratégica de Bitcoin e reuniu CEOs do setor em Washington para discutir prioridades legislativas.
“Vamos fazer dos EUA a superpotência do Bitcoin e a capital cripto do mundo”, declarou o presidente durante o evento.
O setor reage com entusiasmo. Investidores e empresas de cripto consideram a decisão um sinal claro de que os Estados Unidos caminham para um ambiente mais favorável à inovação. No entanto, especialistas alertam que a ausência de fiscalização também pode aumentar os riscos para consumidores e abrir espaço para abusos.
Apesar das controvérsias, o recado do governo é direto: criptomoedas não são mais tratadas como ameaça, e sim como parte do plano estratégico nacional para dominar a próxima era digital.
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