Esse modelo de IA é capaz de reconhecer tênis falsos pelo… cheiro!
A inteligência artificial (IA) nos apresenta, quase que diariamente, a infinitas novas possibilidades. Já vimos a tecnologia entregar imagens realistas, criar vídeos do zero, dar respostas tão boas a ponto de parecer ser especialista no assunto. A IA é capaz de analisar dados, de traduzir idiomas e até de escrever aquele e-mail chato que você anda evitando.
E essa tecnologia acaba de ganhar mais um “talento”, por assim dizer. A colunista do Metrópoles, Ilca Maria Estevão, traz uma IA que pode identificar odores diferentes. Ao reler essa frase em voz alta, a única pergunta que aparece na minha cabeça é a seguinte: como uma máquina é capaz de sentir um cheiro?
Existe uma explicação científica para isso – que eu vou trazer nas linhas abaixo. Antes, porém, quero dividir mais da minha surpresa. Sim, tem mais… Ao identificar um odor, esse modelo de IA poderá determinar se um tênis é original ou falso. Essa é a promessa da startup Osmo.
Controle de qualidade
A Osmo explica que os calçados são produzidos com uma variedade de componentes e materiais tratados quimicamente, que exalam aromas bastante específicos;
Não são cheiros que nosso olfato humano perceberia naturalmente, mas a máquina tem sensibilidade maior;
No experimento, a startup separou dez pares de tênis originais da Nike e outras dez cópias;
A olho nu, os itens eram extremamente similares;
A IA, no entanto, conseguiu diferenciá-los pelo cheiro;
E obteve taxa de acerto de 95%!;
O modelo precisou passar por treinamento para ter tamanho desempenho;
A IA recebeu várias amostras do odor do original e aprendeu como ele deveria ser;
A ideia da empresa é oferecer esse serviço para marcas e alguns clientes do varejo;
Além disso, a Osmo trabalha com novos cheiros para perfumes, odores para lojas, além de controle de qualidade ao nível industrial.
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Como a máquina “sente” um cheiro
Diferentemente da visão ou da audição, que podem ser facilmente descritas e compreendidas por meio de cores ou frequências de som, o cheiro não tem estrutura simples que possamos identificar com clareza.
A máquina não sente literalmente um cheiro. Ela, porém, consegue relacionar um elemento químico a um nome. É aí que os cientistas criaram algo chamado de Mapa Principal de Odor (ou POM, na sigla em Inglês).
Em estudo publicado na Science, os pesquisadores apresentaram ao modelo estruturas e descrições de cheiros de cinco mil moléculas. O sistema da Osmo foi treinado com milhares de descrições extraídas de catálogos de fragrâncias, associando cada estrutura a termos sensoriais, como “floral” ou “amadeirado”.
A IA, então, aprendeu a reconhecer padrões nos dados de treino, correlacionando o odor de uma molécula com características dos seus átomos constituintes – suas identidades, tamanhos e ligações. A experiência foi tão bem-sucedida que, ao colocar a máquina para competir com 14 voluntários humanos, o computador venceu em todas as ocasiões.
Apesar de admirável, os pesquisadores afirmam que ainda há um longo caminho a se percorrer. O próximo passo é prever como misturas de compostos vão cheirar. Isso será crucial para inovações na criação de fragrâncias e aromas.
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